terça-feira, 3 de novembro de 2009

Concepções de EJA

Como ideologia, a alfabetização devia ser encarada como uma construção social que está sempre implícita na organização da visão de história do indivíduo, o presente e o futuro; além disso, a noção de alfabetização precisava alicerçar-se num projeto ético e político que dignificasse e ampliasse as possibilidades de vida e de liberdade humana.
A alfabetização precisa ter como significado para as pessoas a sua emancipação, isto é, o sujeito precisa fazer-se parte de uma sociedade em transformação através de movimentos culturais. O analfabetismo não é meramente a incapacidade de ler e escrever; é também um indicador cultural é a privação cultural.
Com a alfabetização as pessoas poderiam captar a importância de desenvolver esferas públicas democráticas como parte da luta da vida moderna no combate à dominação, bem como tomar parte ativa na luta pela criação das condições necessárias para tornar as pessoas letradas, para dar-lhes uma voz tanto para dar forma à própria sociedade, quanto para governá-la.
O analfabetismo não é um problema associado apenas aos pobres ou aos grupos minoritários, mas também é problema para aqueles membros de classe média ou alta que se retiraram da vida pública para dentro de um mundo de absoluta privatização, pessimismo e ganância. Portanto, para que venha a concretizar-se a alfabetização radical, o pedagógico deve tornar-se mais político e o político, mais pedagógico.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Olá Thais!! Nessa postagem falas da dimensão política da alfabetização. Tendo como base o que escreveste, como buscas promover isso nas tuas aulas? Abração!!