segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aspectos culturais

Outro aspecto cultural da escola, muito discutido em meu blog, é o planejamento, pois não estamos longe de uma escola que planeja sem conhecer os alunos, a sua realidade, não tem fundamentos teóricos e muitos professores utilizam planejamentos de muitos anos. Para Rodrigues (2001) Era preciso trabalhar com referências e para tanto sugeria três questões básicas: o que queremos alcançar? A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir esta distância? Em outras palavras como coloca a autora planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis. Esta é a escola que desejamos, pois vejo em minha realidade que muito já foi feito, mas ainda há muito a fazer, e indispensavelmente é preciso mexer nessas estruturas, a escola precisa se abrir e buscar mais clareza no seu planejamento, precisa buscar o “para quê” ao “como” através de critérios muito bem estabelecidos e que não fiquem somente no papel. E como conseguir isto? Com planejamento, sem ele não poderemos alcançar metas e buscar novos desafios. Isto vale para todas as idades, pois a escola é uma só, e precisa se adequar a todos, sem excluir ninguém.

Gostei muito de discutir o que é letramento e alfabetismo nos fóruns e textos lidos, e alguns pontos que posso destacar aqui em meu blog são: com tantas divulgações tanto impressa, digital e eletrônica, em filmes, propagandas, a linguagem volta a ser visual lembrando muito os livros didáticos. Segundo Trindade (2002) Cartilhas, métodos e processos de alfabetização fizeram e fazem parte de uma cadeia de produção cultural para escolarizar a alfabetização e a infância. Mas pouco adianta massacrarem as antigas cartilhas se o que circulam nas salas de aula através de textos que substituem exemplarmente essas obras didáticas e encantam crianças e professoras como, por exemplo, os da literatura infanto-juvenil, os quais têm seu uso cotidianamente “pedagogizado” (Trindade, 2002). Além dos livros de histórias, outros portadores de texto substituem as cartilhas, tendo em vista tornar as crianças letradas, como cartas, receitas, jornais, anúncios, etc.

Hoje usamos muitas vezes o mesmo método para ensinar, usando as figuras associadas com as palavras, vejo que é importante que busquemos estas figuras na realidade dos alunos para que as figuras assim como as palavras geradoras façam parte do seu mundo e sua realidade para que faça sentido para eles. E através das imagens como Comênio fez, nós podemos trazer a realidade social para a sala de aula, mostrando, elementos da realidade discutindo e modificando a mesma.

Eu particularmente trabalho muito a literatura infanto-juvenil nas minhas aulas, aliás, meu estágio e TCC são basicamente voltados para esta literatura, mas não há uso como um recurso qualquer, sem sentido, mas sim como um artefato cultural, que busca auxiliar na construção da aprendizagem, de uma forma mais lúdica e prazerosa. Assim como os livros didáticos, é preciso levar em conta a maneira que utilizamos os livros, pois é muito fácil de mocinho virar vilão, ou vice e versa.

Paulo Freire coloca: Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. A palavra não é privilegio de alguns homens, mas direito de todos os homens. O ato de falar, transmitir algo através do diálogo não pode ser algo sem sentido, pois este é um ato de refletir e agir, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias.

Com esta frase podemos pensar que palavra não precisa ser somente na voz, oral, mas no silêncio também, nas manifestações em outros sentidos, pois comunicação é um todo, é um direito de todos, a escola precisa se adequar aqueles jovens e adultos, se adequar a um planejamento mais real e concreto, precisa pensar nas novas tecnologias e seu uso quanto à alfabetização, alfabetismo e letramento, a escola também precisa se adequar a língua de libras.

Um dos passos é realmente aumentar o nível dos protestos a favor dos surdos, pois a mudança precisa ocorrer com um nível mais concreto e consistente com leis a favor da inclusão e discussão em redes de ensinos e em redes nacionais. Poucas são as campanhas em televisão, revistas, jornais a favor da inclusão de surdos, o mundo é para quem escuta, a escola é voltada para os ouvintes, são raras as mesmas que são preparadas para receber um aluno surdo, onde aconteça uma inclusão de verdade e não apenas o ingresso desse aluno na rede de ensino.

Discutir tais práticas exige discutir a escola como um todo, pensando na construção do seu currículo, nos conteúdos, no planejamento, a sua avaliação e principalmente na inclusão, mexendo nas bases e estabelecendo novos conceitos.

Um comentário:

Rosangela disse...

Thais
Muito boa sua reflexão sobre os Aspectos culturais, prabens
abraços
rosangela