segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Setembro 3

Continuando a visitação as “antigas” aprendizagens, lembrei da visita a Bienal e o quanto eu achei interessante este passeio, me senti como os alunos que saem nas aulas passeio, um entusiasmo enorme e aprendizagem ímpar. Comecei a descobrir um novo mundo mais aberto e sem preconceitos ao novo.
Gostaria de falar do texto "Porque houve tanta porcaria", na disciplina de Música na escola, adorei toda a disciplina, todos os textos foram bárbaros, fizemos reflexões, discutimos em fóruns, respeitamos as opiniões diversas, e chegamos a muitos conceitos e nenhuma verdade absoluta sobre gostos musicais. Gosto é gosto e não se discuti. Mas é importante saber da história, pois há música esta muito ligada a nossa construção de país democrático, e se no passado ela ajudou a construir essa história, hoje degrede nossa imagem de país cultural.
O texto choca um pouco, mas é preciso, o mundo está muito capitalista e tudo se refere ao dinheiro hoje em dia, e se estas músicas estão tocando por aí é porque tem quem escute e gaste dinheiro com isto, talvez por que são pobres de cultura e nunca ninguém fez o papel de professor em mostrar ou porque, gosto é gosto.
Estamos numa era do supérfluo, da quantidade e pouca qualidade, do ter e não ser, da conquista rápida, do estrelismo repentino, dos maiores sucessos dos últimos 5 minutos. O mundo se transforma em apenas segundos para alguns e o choque cultural é muito grande para estas pessoas. Resgatar o passado, histórias, contos, lembranças, imagens e exemplos, é uma bela forma de trabalhar a conscientização com os alunos. Este fato pesou muito no meu TCC, na escolha do tema, pois buscando histórias muitas vezes contadas de modo surreal para as crianças, podemos construir grandes aprendizagens, usando exemplos, fazendo-se refletir sobre assuntos cada vez mais atuais com os alunos. Muitas vezes olhando para o passado podemos construir o futuro, e de uma forma muito mais prazerosa e lúdica.
Trabalhei no ano de 2007 as questões sobre as “diferenças” com os contos de fadas, como por exemplo, “A chapeuzinho vermelho”, trabalhei com eles as diferenças, primeiro com o texto original e depois fazendo uma releitura da obra, os alunos pediram para a família contar esta história e desde quando eles aprenderam, fazendo uma pesquisa em casa sobre os contos de fadas que eles ouviram. Depois comecei com questões que eles puderam diferenciar os diversos “chapeuzinhos”, com redações e desenhos, eles desenharam a chapeuzinho de uma forma moderna, trazendo a sua imagem para os dias de hoje.
Trabalhamos depois o texto da “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque e “Chapeuzinho preto” de Lúcia Pimental Góes, que são outras versões do clássico. Sempre refletindo muito as questões das diferenças. Trabalhamos também o filme “Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho” e diversos textos com o mesmo tema e outras versões. Posso dizer, que no meu estágio e TCC não houve muita novidade sobre qual o tema que eu iria trabalhar, pois é uma característica muito forte nas minhas aulas o uso de histórias e contos infantis, há muito tempo trabalho dessa forma, introduzindo os contos nos temas a serem trabalhos, assim o TCC só veio a corroborar sobre o pressuposto que as histórias infantis são um artefato cultural que educam. E segundo Dória (2008, p.16-17), “O livro, como signo, nunca é um instrumento neutro no processo social, e torna-se particularmente relevante quando há uma discussão de valores em curso”. Portanto o livro nos dá uma oportunidade de viajar, aprender, discutir, inventar e inovar, diante de um mesmo fato.

Um comentário:

Rosangela disse...

Thais

Há pessoas que costumam dizer que os passeios no horário escolar é matação de aula, mas como voce mesmo relata te sentiste como aluna entusiasmada e conseguiste adquirir conhecimento. Costumo dizer cabe a nós professores que estas saidas da sala de aula sejam produtivas.
destacas ainda o enfoque cultural na aprendizagem que é tão importante no nosso crescimento, creio que seu trabalho de conclusão seja muito enriquecedor.
abraços
rosangela