segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A humanidade é obra dela mesma

Esta semana li a seguinte frase do filosofo italiano Giambattista que diz: “A humanidade é obra dela mesma”. Tudo que estamos vivenciando são resultados de nossas ações, nossas aprendizagens vêm de nós mesmos, não nascemos inteligentes, nos tornamos inteligentes conforme o que vamos nos apropriando, vamos modificando nosso modo de pensar, nossa aprendizagem, nossa capacidade de aprender e mudamos nossa consciência sobre certo assunto.
Nossa aprendizagem pode estar fora do contexto social e cultural de onde estamos inseridos, pois podemos ir além, pois criamos a capacidade de aprender e buscar novos conhecimentos. O conhecimento liberta o ser humano, capacita, emancipa e o projeta para uma vida melhor. Estamos cheios de exemplos assim, pessoas com pais analfabetos de zonas rurais com poucas expectativas de sucesso na vida que se formam em faculdades, são médicos, advogados, relutando contra suas condições de abandono cultural e social.
E penso como a escola pode ajudar a criar este aluno que aprende a aprende? Não há formulas para isto e nem um único método eficaz para determinar como o aluno aprende, mas existem formas, podemos garantir que sem a teoria não dá, o professor precisa se apropriar de novas teorias que fundamentam a prática. A maioria dos professores quando são questionados do “porque” fazem assim, geralmente não sabem responder, não há um embasamento teórico, pois não existe uma fórmula para melhorar a aprendizagem, mas existem formas de se fazer melhor.
Se a humanidade é obra dela mesmo, se não nascemos inteligentes e nos tornamos de acordo com nossas apropriações, precisamos então buscar meios de crescer e dar oportunidades iguais para todos, fazer das escolas um espaço democrático, inclusivo e igualitário para todos.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Concepções de EJA

Como ideologia, a alfabetização devia ser encarada como uma construção social que está sempre implícita na organização da visão de história do indivíduo, o presente e o futuro; além disso, a noção de alfabetização precisava alicerçar-se num projeto ético e político que dignificasse e ampliasse as possibilidades de vida e de liberdade humana.
A alfabetização precisa ter como significado para as pessoas a sua emancipação, isto é, o sujeito precisa fazer-se parte de uma sociedade em transformação através de movimentos culturais. O analfabetismo não é meramente a incapacidade de ler e escrever; é também um indicador cultural é a privação cultural.
Com a alfabetização as pessoas poderiam captar a importância de desenvolver esferas públicas democráticas como parte da luta da vida moderna no combate à dominação, bem como tomar parte ativa na luta pela criação das condições necessárias para tornar as pessoas letradas, para dar-lhes uma voz tanto para dar forma à própria sociedade, quanto para governá-la.
O analfabetismo não é um problema associado apenas aos pobres ou aos grupos minoritários, mas também é problema para aqueles membros de classe média ou alta que se retiraram da vida pública para dentro de um mundo de absoluta privatização, pessimismo e ganância. Portanto, para que venha a concretizar-se a alfabetização radical, o pedagógico deve tornar-se mais político e o político, mais pedagógico.