quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ter ou não Ter....

Esta semana quero falar sobre Filosofia, e o texto de Adorno, como escrevi no meu webfólio, de início não gostei muito do texto e a comparação do autor entre educação e a segunda guerra mundial. Mas sei que tudo que somos hoje, nosso sistema capitalista e a vontade de ter mais do que ser, são reflexos de uma guerra de poder e soberania. Mas o mundo está tão diferente, tenho olhos otimistas e vejo um mundo melhor em cada escola e em cada criança.
Mas algo em Adorno está muito presente nos dias de hoje e notei esta semana mesmo: como de vítimas passamos para culpados. Nossas crianças hoje são vítimas de um sistema capitalista que nós mesmos criamos e (opinião minha) adoramos, pois quem não gosta de “ter”, quem não quer “ter”? Trabalhamos para isto e estamos sempre nos queixando que nosso salário não dá para ter tudo. Os nossos dias passam tão ligeiro, que nem percebemos o quanto estamos envolvidos neste sistema, que sempre alguém ganha, onde o lucro é inevitável e imprescindível.
Somos todos vítimas, de um lado ou de outro, somos vítimas, mas ocupamos o papel de culpados por que se temos muito estamos destruindo a natureza, por que roubamos, estamos agredindo alguém, mas como não querer ter, se o mundo diz a toda hora que se você não têm você não é nada?
Adorno por sua vez tem uma visão bem pessimista diante da civilização atual, onde muitos pensadores ficam em cima do muro, achando que o amor irá vencer todos os mares e assim reinará, por outro lado ele diz que a espécie humana está muito próxima da barbárie. Como se fosse um retorno aos tempos da segunda guerra mundial e ao campo de Auschwitz.
Então somos culpados ou vítimas dessa sociedade que nós mesmos criamos?
Confesso que tenho minhas dúvidas, mas que precisamos mudar nossas atitudes mesmo sendo em qualquer papel que ocupamos, isto precisamos mesmo. Vítimas ou culpados precisamos mudar nossa visão de mundo e evitar as barbáries que nos rodeiam.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Inclusão

Lendo os textos indicados do livro, percebi o quanto é importante e necessário discutirmos e principalmente o entendimento sobre o assunto da inclusão, bem como o conhecimento que temos que ter sobre o aluno para melhor poder ajuda-lo.
Como já falei anteriormente em meu blog, acho que não podemos ter um aluno em nossa escola com algum tipo de deficiência simplesmente para integra-lo, sem de fato que acha uma inclusão. E como fazer esta inclusão se não tivermos a informação? Falar em inclusão é falar de todo, é ver a escola como uma entidade ruptora de fragmentos, uma escola que faz a diferença.
Gostei do estudo da plasticidade neural vem nos demonstrar que o ser humano é ilimitado e que, apesar das condições genéticas ou neurológicas, o ambiente tem forte intervenção nesses fatores. Quanto mais o meio promove situações desafiadoras ao indivíduo, mais ele vai responder a esses desafios e desenvolver habilidades perdidas ou que nunca foram desenvolvidas. Se propusermos situações de acordo com a limitação da criança, ela não encontrará motivos para se sentir desafiada. Uma criança com atraso no desenvolvimento
motor, ou com uma paralisia cerebral, quando incluída em ambiente escolar inclusivo, tem inúmeras razões para se sentir provocada a desenvolver habilidades que não desenvolveria em um ambiente segregado.
Outro fato é a importância da Educação Infantil para o processo de inclusão, o quanto mais cedo a criança ser estimulada maior o aprendizado, vejo que uma criança com deficiência o que ela mais precisa é tempo, ela tem seu tempo e precisa ter seu espaço e que isto seja respeitado.
Buscando construir bases e alicerces para o aprendizado, a criança pequena com deficiência
também necessita experimentar, movimentar-se e deslocar-se (mesmo do seu jeito diferente); necessita tocar, perceber e comparar; entrar, sair, compor e desfazer; necessita significar o que percebe com os sentidos, como qualquer outra criança de sua idade.
Hoje, é indiscutível o benefício que traz, para qualquer criança, independentemente de sua condição física,intelectual ou emocional, um bom programa de educação infantil.
A criança bem como o todo o seu redor não podem negar a deficiência, demonstrando que é necessário assumi-la para superá-la.
Ser diferente é normal quando olharmos com olhos de superação e observando que todos tem seu tempo e que ter uma deficiência não significa necessariamente que ele seja incapaz; a incapacidade poderá ser minimizada quando o meio lhe possibilitar acessos.
Para terminar destaco uma parte do texto que diz:”Deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que
gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado
normal para o ser humano.
Eu acrescentaria a palavra “algumas”, antes de atividades, pois acredito que deficiência gera incapacidade mas para algumas atividades e não generalizando.
“... deficiência não torna as pessoas com poucas possibilidades, mas sim com possibilidades diferentes” . Vigotsky

terça-feira, 12 de maio de 2009

Diversidades

Penso que inclusão é agir além da sala de aula, da escola, é mudar a vida de pessoas que nunca pensaram em agir de uma forma igual às outras. Pessoas que nasceram diferentes e de uma forma ou outra se veem como pessoas diferentes e muitos aceitam esta realidade.
Estamos numa era nas escolas que incluir é bonito, dá status para a escola que trabalha na inclusão, todos querem trazer para si esses alunos, tiram fotos e espoem para todo o município que estamos trabalhando em prol da lei. Mas no dia-a-dia não é isto que se vê, a escola continua mecanicista, e cheia de paradigmas, digo isto, pois por que conheço o meio e vejo que para uma inclusão verdadeira é preciso muito mais do que matricular estes alunos.
As escolas não se preparam para a inclusão, seus currículos continuam os mesmos, ou seja, acabam reprovando dois ou três anos aquele aluno especial, a escola vem tentando mudar seus grupos sociais, mas sem reformulação de conceitos e de conhecimentos será impossível fazer de fato uma escola inclusiva, ou seja, uma escola para todos.
Vejo que quando a escola romper estes paradigmas, de um ensino massificado e sem troca de experiências, e se tornar para todos, sem qualquer preconceito cultural, social, étnico ou religioso, ela se tornará uma escola inclusiva ao natural, exercendo sua democracia.
Trabalhar as diferenças é algo que precisa vir para enriquecer as aulas, para que se fale em direitos e deveres, em cidadania e vida, e não para tratar pessoas com pena, para se mostrar superior ou por obrigação. Os alunos precisam aprender com o outro, valorizar o que cada um tem de importante, de diferente e descobrindo seus talentos.
Para mim a escola ideal é aquele que vê a inclusão como um novo desafio, que busca soluções para suas dificuldades e que trabalha com os desejos dos alunos, com afetividade, que valoriza o que o aluno aprendeu HOJE e o que pode levar para vida, respeitando sua história de vida.
Acho que a palavra que mais simboliza a inclusão nas escolas é “Diversidade”, trabalhar a diversidade é trabalhar a inclusão no seu sentido mais significativo. A escola precisa trabalhar esta diversidade como uma forma de enriquecer o seu trabalho.
Carvalho (2000) utiliza para descrever a educação inclusiva, a metáfora do caleidoscópio, demonstrando assim a riqueza que se pode conseguir com a inclusão na escola regular. “O caleidoscópio foi escolhido, porque nele todos os pedacinhos são importantes e significativos para a composição da imagem. Quanto maior a diversidade, mais complexa e mais rica se torna a figura formada pelo conjunto das partes que a compõem” (p. 112). Desta mesma forma, a diversidade dentro da sala de aula, possibilitará um conjunto muito mais rico e complexo, com contribuições diversas para a construção da aprendizagem do grupo.
Vejo que a escola que não trabalhar com esta diversidade, juntando os pedacinhos e dando significado para a aprendizagem, não está respeitando e nem pode ser considerada uma escola inclusiva e sim uma escola que só integra os alunos, que é o que mais acontece com a maioria das escolas nos dias de hoje, elas buscam trazer esses alunos especiais para junto, mas não tem uma base sólida para incluir e eles acabam se tornando somente mais um.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A escola educa, mas não muda o caráter das pessoas

“Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática social que tomamos parte.” (Paulo Freire)

Adorei o filme “O clube do imperador” e refleti muito diante da atitude do professor na minha casa. Até quando vamos nos permitir ver tantos casos iguais a este em nossa sociedade e nunca falarmos sobre o assunto. O caráter das pessoas está sendo moldado de qualquer forma, estamos diante de uma juventude que se comporta como o aluno Bell do filme, que é corrupto, mau caráter e manipula tudo. A família desenvolve um papel fundamental nesse aperfeiçoamento, assim como a escola, os amigos e o trabalho. O filme mostra bem isso que só a escola, não tem força para mudar sozinha, o caráter do ser humano. É preciso que todos trabalhem juntos, mas não é o que a sociedade vem nos mostrando.
Ultimamente só a escola vem trabalhando em prol dos bons costumes e a construção do caráter, e assim mesmo ainda vemos professores, que como seres humanos, se enganam e apostam em alguns alunos que não mudam e sim nos decepcionam.
O problema hoje é a parte social, é uma sociedade que abandona que exclui que marginaliza e banaliza tudo que é bom e verdadeiro. Faz apologia ao crime, ao uso de drogas e mostra que para ser feliz existe um patrão de beleza e atitudes a serem seguidas, as mesmas que os tornam escravos de suas próprias decisões, ou seja, o jovem não tem atitudes próprias, não pensa por ele mesmo e não sabe respeitar o outro.
No filme a educação paterna foi mais forte, mesmo com a aposta do professor. Nem todos os casos são assim, mas esta é uma dura realidade.