quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nunca vou esquecer....

São as perguntas que movem o mundo...

O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escola: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre terra firme. Mas as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido”.

( ALVES, 83).

O Começo do Fim

Muitas vezes quando questionada pelas tutoras confesso que não tinha resposta para argumentar, mostrei evidências, com textos falando da realidade de diversos ângulos, mas, são questionamentos que faço todos os dias e não tenho respostas, qual o verdadeiro papel da escola, família, sociedade, onde estão os erros, qual o melhor caminho? Penso que não existe fórmula para isto, mas existem formas, e as escolas em geral, precisam se adequar a estas novas formas, deixar de ser fragmentada, desde sua estrutura até seu modo de pensar e planejar.

Esta nova escola precisa levar em consideração o ato de que o aluno é sujeito de sua aprendizagem, pois precisamos nos dar conta de que o processo natural de desenvolvimento do ser humano é “atropelado” pela escola e pelas equivocadas práticas de ensino. Buscar a informação em si, não basta. É apenas parte do processo para desenvolver um aspecto dos talentos necessários ao cidadão. Não importa a língua que a pessoa fale, à cor que tenha ou a idade, todos precisam, e têm direto, de estabelecer relações entre as informações e gerar o seu próprio conhecimento.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Final?????

Sou realmente suspeita para falar do meu blog, pois acredito muito no que escrevi ali, penso que são conceitos básicos, talvez não haja nenhuma novidade no que escrevi, mas têm sentimento, realidade e muito esforço para colocar em palavras uma vida dedicada para educação. Se para a maioria dos professores falta comprometimento quanto à educação, para mim não, pois gosto do que faço, tento melhorar cada vez mais e estou construindo uma carreira, que penso eu, é de muito sucesso.

No primeiro momento posso intitular o meu blog de “vivências”, pois achei esta palavra muito presente em todos os semestres, é a vivência como diz Comenio que é base da aprendizagem: A educação deveria começar pelos sentidos, pois as experiências sensoriais obtidas por meio dos objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. É o que chamamos de vivencia, e base hoje em nossas Escolas, pois queremos que nossos alunos experimentem, construam através de suas experiências novas aprendizagens, aprimorando o intelecto.

Falo das vivências adquiridas na escola, o quanto é importante à leitura do mundo, não apenas decodificar palavras, pois o ato de ler nem sempre é passível de objetivação. Ele também implica motivos, desejos, paixões, vontade, enfim um conjunto de fatores. As habilidades de ler e de escrever, por exemplo, são habilidades que, quando aprofundadas, implicam outras habilidades como as de observar, perceber, analisar, interpretar, transformar informações em conhecimento, etc. É por isso que Monteiro Lobato já dizia que “Um país se faz com homens e livros”. Ler enobrece, faz o sujeito sair de uma condição de vítima de uma sociedade excludente e passa a fazer parte de uma massa dominante.

O conhecimento liberta o ser humano, capacita, emancipa e o projeta para uma vida melhor, esta é a importância que devemos dar ao planejamento, levar em consideração esta realidade e tentar modificá-la. Digo planejamento porque é de extrema importância que o professor tenha consigo elementos bem claros de uma educação libertadora, pois ao contrario a educação será sem sentido para sua vida real.

É a partir da leitura que o aluno pode compreender e entender a realidade em que está inserido e chegar a importantes conclusões sobre o mundo em que vive e os aspectos que o compõem. A habilidade de leitura é essencial e dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento, essas habilidades ultrapassam a uma simples decodificação, na verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido. E como transmitir todo este importante papel da sociedade para aquelas pessoas que não lêem, por que não tiveram a chance de aprender ou por que foram excluídos da sociedade? Não podemos esquecer que o problema não é somente pedagógico e sim social e político, basta olharmos quem são as pessoas sem escolaridade para ver o tipo de sociedade que excluiu estas pessoas. “Esquecemos que o analfabetismo é a expressão da pobreza, conseqüência inevitável de uma estrutura social injusta.” (GADOTTI, 1995, p.28). Que princípios queremos para nossa sociedade, libertador ou igualitária?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aspectos culturais

Outro aspecto cultural da escola, muito discutido em meu blog, é o planejamento, pois não estamos longe de uma escola que planeja sem conhecer os alunos, a sua realidade, não tem fundamentos teóricos e muitos professores utilizam planejamentos de muitos anos. Para Rodrigues (2001) Era preciso trabalhar com referências e para tanto sugeria três questões básicas: o que queremos alcançar? A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir esta distância? Em outras palavras como coloca a autora planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis. Esta é a escola que desejamos, pois vejo em minha realidade que muito já foi feito, mas ainda há muito a fazer, e indispensavelmente é preciso mexer nessas estruturas, a escola precisa se abrir e buscar mais clareza no seu planejamento, precisa buscar o “para quê” ao “como” através de critérios muito bem estabelecidos e que não fiquem somente no papel. E como conseguir isto? Com planejamento, sem ele não poderemos alcançar metas e buscar novos desafios. Isto vale para todas as idades, pois a escola é uma só, e precisa se adequar a todos, sem excluir ninguém.

Gostei muito de discutir o que é letramento e alfabetismo nos fóruns e textos lidos, e alguns pontos que posso destacar aqui em meu blog são: com tantas divulgações tanto impressa, digital e eletrônica, em filmes, propagandas, a linguagem volta a ser visual lembrando muito os livros didáticos. Segundo Trindade (2002) Cartilhas, métodos e processos de alfabetização fizeram e fazem parte de uma cadeia de produção cultural para escolarizar a alfabetização e a infância. Mas pouco adianta massacrarem as antigas cartilhas se o que circulam nas salas de aula através de textos que substituem exemplarmente essas obras didáticas e encantam crianças e professoras como, por exemplo, os da literatura infanto-juvenil, os quais têm seu uso cotidianamente “pedagogizado” (Trindade, 2002). Além dos livros de histórias, outros portadores de texto substituem as cartilhas, tendo em vista tornar as crianças letradas, como cartas, receitas, jornais, anúncios, etc.

Hoje usamos muitas vezes o mesmo método para ensinar, usando as figuras associadas com as palavras, vejo que é importante que busquemos estas figuras na realidade dos alunos para que as figuras assim como as palavras geradoras façam parte do seu mundo e sua realidade para que faça sentido para eles. E através das imagens como Comênio fez, nós podemos trazer a realidade social para a sala de aula, mostrando, elementos da realidade discutindo e modificando a mesma.

Eu particularmente trabalho muito a literatura infanto-juvenil nas minhas aulas, aliás, meu estágio e TCC são basicamente voltados para esta literatura, mas não há uso como um recurso qualquer, sem sentido, mas sim como um artefato cultural, que busca auxiliar na construção da aprendizagem, de uma forma mais lúdica e prazerosa. Assim como os livros didáticos, é preciso levar em conta a maneira que utilizamos os livros, pois é muito fácil de mocinho virar vilão, ou vice e versa.

Paulo Freire coloca: Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. A palavra não é privilegio de alguns homens, mas direito de todos os homens. O ato de falar, transmitir algo através do diálogo não pode ser algo sem sentido, pois este é um ato de refletir e agir, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias.

Com esta frase podemos pensar que palavra não precisa ser somente na voz, oral, mas no silêncio também, nas manifestações em outros sentidos, pois comunicação é um todo, é um direito de todos, a escola precisa se adequar aqueles jovens e adultos, se adequar a um planejamento mais real e concreto, precisa pensar nas novas tecnologias e seu uso quanto à alfabetização, alfabetismo e letramento, a escola também precisa se adequar a língua de libras.

Um dos passos é realmente aumentar o nível dos protestos a favor dos surdos, pois a mudança precisa ocorrer com um nível mais concreto e consistente com leis a favor da inclusão e discussão em redes de ensinos e em redes nacionais. Poucas são as campanhas em televisão, revistas, jornais a favor da inclusão de surdos, o mundo é para quem escuta, a escola é voltada para os ouvintes, são raras as mesmas que são preparadas para receber um aluno surdo, onde aconteça uma inclusão de verdade e não apenas o ingresso desse aluno na rede de ensino.

Discutir tais práticas exige discutir a escola como um todo, pensando na construção do seu currículo, nos conteúdos, no planejamento, a sua avaliação e principalmente na inclusão, mexendo nas bases e estabelecendo novos conceitos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

vamos lá...

....2009 foi o melhor ano para as aprendizagens na universidade para mim, gostei muito de todas as interdiciplinas e quando releio o meu blog penso que foi uma construção e tanto, pois me senti muito segura com esta bagagem teórica para mais tarde realizar meu estágio. Relendo os textos sobre Inclusão e sobre Questões Étnicas Raciais, penso que ainda as escolas não estão preparadas para receber os alunos especiais, desde os deficientes até a inclusão racial. Ainda excluímos aqueles que não “pertencem” ao grupo dos “normais”. Isto é a prova que a escola ainda não está preparada para receber nem os ditos “normais”.
Precisamos fazer da escola um local especial para pessoas especiais. Precisamos mostrar que diferente é o modo que agimos e pensamos e não como somos.
Hoje encontramos nas escolas muitos professores ditos neutros, aqueles que para não causar nenhum desentendimento na sala de aula, passa a ser neutro, não diz o que realmente pensa sobre inclusão racial e de pessoas com possibilidades diferentes. Muitas vezes ela se diz contra a discriminação do negro, mas é contra a cota social nas universidades, porque se sente prejudicada, porque estão tirando as vagas das pessoas brancas, estão dando chance para os menos privilegiados e ela se sente injustiçada dizendo que o problema não é dela.
Então o que cobrar dos nossos alunos? Diante de um pensamento assim?
Um aspecto cultural de nossa educação hoje, no aspecto de educação de jovens e adultos, é que a escola é voltada para o ambiente das crianças, se olharmos nossas escolas hoje elas são modelos estabelecidos para crianças freqüentarem na sua faixa etária “normal” e não aqueles que de alguma maneira precisam retomar algo que parou ou nem começou anos atrás. Para Martha Kohl “Um primeiro ponto a ser mencionado aqui é a adequação da escola para um grupo que não é o “alvo original” da instituição. Currículos, programas, métodos de ensino foram originalmente concebidos para crianças e adolescentes que percorreriam o caminho da escolaridade de forma regular”.
Este ponto é fundamental, pois além de todas as dificuldades que eles têm ao ingressarem na escola ainda precisam aprender a linguagem da mesma, que muitas vezes é um obstáculo maior em se adequá-la do que os próprios conteúdos a serem trabalhados, sendo que a escola também não é adaptada para alunos surdos que muitas vezes passam pelas mesmas dificuldades de um aluno de EJA, ou aquele aluno que vive num espaço não letrado, onde não há muitas informações e condições para ser um leitor, este também se sente excluído da escola. Aquela apresentação formal das tarefas escolares continuou sendo um obstáculo ao seu bom desempenho.
Não podemos trabalhar com estes jovens e adultos, estes alunos excluídos pela sociedade ou estes alunos surdos, sem primeiro conhecer a realidade a ser trabalhada, sua identidade, qual a linguagem que iremos utilizar e o pensamento sobre o que querem estes alunos. Entrar no espaço cultural deles é muito importante para o sucesso do trabalho, pois sabemos que para eles não é fácil retomar o que muitas vezes foi um fracasso, deixar de lado os afazeres, o cansaço do trabalho e entrar em uma escola que durante muito tempo não servia para eles.
Em meu blog escrevi muito sobre a alfabetização de adultos, pois penso que a educação como um todo emancipa as pessoas, trás autonomia, dignidade, a educação modifica nosso modo de pensar, nossa aprendizagem, nossa capacidade de aprender e mudamos nossa consciência sobre certo assunto, pensamentos estes que podemos levar para todos os alunos excluídos, para todos com dificuldades de se adaptar no ensino regular. A educação precisa ser libertadora porque ninguém escolhe ser analfabeto como uma condição de vida, mas sim eles mesmos são vítimas de uma sociedade totalmente excludente que não olha para os menos privilegiados, onde a cultura é paga e não é acessível a todos, um país que só se nota as pessoas quando fazem algo errado, quando são marginalizadas, antes disso são excluídos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Decisão

Vejo que a faculdade –UFRGS- sempre trabalhou, deste o início dos semestres, fazendo os alunos a questionar-se e refletir sobre algo a ser estudado, nunca ganhamos nada pronto, nenhuma opinião foi dada a nós como a única verdade, mas sim precisamos argumentar e mostrar evidências sobre nossos pensamentos. Pelo menos para mim foi assim. Comecei devagar, sem muita motivação de crescer tanto, mas aos poucos, ou você vai ou fica. E estes semestres -7,8 e 9- foram um divisor de águas, onde ninguém poderia ficar em cima do muro, precisamos mostrar nossas ideias e questionar o que estamos acostumados a aceitar. Precisamos lutar, nem que seja com palavras, por uma educação mais eficaz e para todos.

Pensamos como estes foram levantados em muitos momentos: Ou você é contra ou a favor da inclusão nas escolas? Qual método você utiliza em sala de aula? Como a aprendizagem ocorre? Como pensa um adulto? O que diz os textos de Maturana? Será que você concorda com o autor quando diz: "TODO FAZER É UM CONHECER E TODO CONHECER É UM FAZER"? E o que diz Kant? Nem todos somos feitos para refletir; e será preciso que haja sempre homens de sensibilidade e homens de ação. Inversamente, há necessidade de homens que tenham, como ideal de vida, o exercício e a cultura do pensamento”? Ou devemos olhar os textos de Piaget onde diz que todos têm capacidade de aprender, mas com possibilidades diferentes.

Diante que todos os textos, discussões em Fóruns, pesquisas e construções escritas, foi realmente, impossível ficar em cima do muro, precisamos seguir ideais, ter convicções de o que é educação, e como aprendemos, precisamos exercitar a fala de que educação é para todos, porque no papel é muito bonito, mas o que estamos fazendo para isto? O que mudou neste semestre? Sem sombra de duvidas foi o olhar e o fazer.