terça-feira, 2 de novembro de 2010

vamos lá...

....2009 foi o melhor ano para as aprendizagens na universidade para mim, gostei muito de todas as interdiciplinas e quando releio o meu blog penso que foi uma construção e tanto, pois me senti muito segura com esta bagagem teórica para mais tarde realizar meu estágio. Relendo os textos sobre Inclusão e sobre Questões Étnicas Raciais, penso que ainda as escolas não estão preparadas para receber os alunos especiais, desde os deficientes até a inclusão racial. Ainda excluímos aqueles que não “pertencem” ao grupo dos “normais”. Isto é a prova que a escola ainda não está preparada para receber nem os ditos “normais”.
Precisamos fazer da escola um local especial para pessoas especiais. Precisamos mostrar que diferente é o modo que agimos e pensamos e não como somos.
Hoje encontramos nas escolas muitos professores ditos neutros, aqueles que para não causar nenhum desentendimento na sala de aula, passa a ser neutro, não diz o que realmente pensa sobre inclusão racial e de pessoas com possibilidades diferentes. Muitas vezes ela se diz contra a discriminação do negro, mas é contra a cota social nas universidades, porque se sente prejudicada, porque estão tirando as vagas das pessoas brancas, estão dando chance para os menos privilegiados e ela se sente injustiçada dizendo que o problema não é dela.
Então o que cobrar dos nossos alunos? Diante de um pensamento assim?
Um aspecto cultural de nossa educação hoje, no aspecto de educação de jovens e adultos, é que a escola é voltada para o ambiente das crianças, se olharmos nossas escolas hoje elas são modelos estabelecidos para crianças freqüentarem na sua faixa etária “normal” e não aqueles que de alguma maneira precisam retomar algo que parou ou nem começou anos atrás. Para Martha Kohl “Um primeiro ponto a ser mencionado aqui é a adequação da escola para um grupo que não é o “alvo original” da instituição. Currículos, programas, métodos de ensino foram originalmente concebidos para crianças e adolescentes que percorreriam o caminho da escolaridade de forma regular”.
Este ponto é fundamental, pois além de todas as dificuldades que eles têm ao ingressarem na escola ainda precisam aprender a linguagem da mesma, que muitas vezes é um obstáculo maior em se adequá-la do que os próprios conteúdos a serem trabalhados, sendo que a escola também não é adaptada para alunos surdos que muitas vezes passam pelas mesmas dificuldades de um aluno de EJA, ou aquele aluno que vive num espaço não letrado, onde não há muitas informações e condições para ser um leitor, este também se sente excluído da escola. Aquela apresentação formal das tarefas escolares continuou sendo um obstáculo ao seu bom desempenho.
Não podemos trabalhar com estes jovens e adultos, estes alunos excluídos pela sociedade ou estes alunos surdos, sem primeiro conhecer a realidade a ser trabalhada, sua identidade, qual a linguagem que iremos utilizar e o pensamento sobre o que querem estes alunos. Entrar no espaço cultural deles é muito importante para o sucesso do trabalho, pois sabemos que para eles não é fácil retomar o que muitas vezes foi um fracasso, deixar de lado os afazeres, o cansaço do trabalho e entrar em uma escola que durante muito tempo não servia para eles.
Em meu blog escrevi muito sobre a alfabetização de adultos, pois penso que a educação como um todo emancipa as pessoas, trás autonomia, dignidade, a educação modifica nosso modo de pensar, nossa aprendizagem, nossa capacidade de aprender e mudamos nossa consciência sobre certo assunto, pensamentos estes que podemos levar para todos os alunos excluídos, para todos com dificuldades de se adaptar no ensino regular. A educação precisa ser libertadora porque ninguém escolhe ser analfabeto como uma condição de vida, mas sim eles mesmos são vítimas de uma sociedade totalmente excludente que não olha para os menos privilegiados, onde a cultura é paga e não é acessível a todos, um país que só se nota as pessoas quando fazem algo errado, quando são marginalizadas, antes disso são excluídos.

Um comentário:

Rosangela disse...

Thais

Reflexão realizada com pleno êxito.
abaços
Rosangela