terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Questões que nortearam minha pesquisa

Lendo os textos de Questões Étnicos-Raciais, “Era uma vez uma menina muito bonita. Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização”. De Luciane Andréia Ribeiro Leite. E o texto SEMANA INDÍGENA: AÇÕES E EFLEXÕES INTERCULTURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Ana Maria Petersen, Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos. Quero destacar algumas observações que fiz destes textos.
“Trabalhar sobre a discriminação racial nas Séries Inicias é ao mesmo tempo um tema indispensável e complexo. Indispensável porque é neste momento que a criança está em formação física, cognitiva e moral, sendo assim, a intervenção pedagógica poderá contribuir para que ela venha conviver nesta sociedade, de múltiplas configurações étnicas, religiosas, culturais, compreendendo essas diferenças e como são produzidas na sociedade.

Complexo, pois envolve não somente os preconceitos dos alunos/as, mas também dos próprios professores”. Mas o que vejo nas escolas é justamente o contrario, pois na hora de dividir as turmas para os professores, nenhum quer pegar aquela turma com problemas sociais, raciais ou com alunos com necessidades especiais, física ou mental. Todo professor quer aquele sonho de sala de aula, onde todos os alunos são felizes e iguais “. No caso do negro e a questão racial, vejo que é muito difícil para nós professores tomarmos uma posição adequada, pois somos formadores de opiniões e muitas vezes somos mal entendidos diante a uma situação. Os próprios alunos têm preconceitos, os negros se excluem e tem preconceitos com eles mesmos, ou muitas vezes querem se valer de sua condição racial para obter conquistas. Incluir os negros numa sociedade com oportunidades iguais não é sentir pena deles e achar que eles são menos capazes que os brancos. Mesmo que a situação no Brasil de discriminação é mais social do que racial. Eu vejo que um negro rico no Brasil é respeitado, mas o pobre, negro e favelado é discriminado e marginalizado mesmo antes de ser adulto.

No caso do texto da professora Luciane, ela achava que as crianças não tinham preconceitos? Vivendo no século XXI? Falta orientação para ela. A turma dela era tão preconceituosa que no primeiro dia de aula já íamos notar a depreciação ao negro. E vejo também que ela tinha medo de posicionar diante aos alunos. O professor não teve ter medo de posicionar diante suas convicções. O professor também não pode desconsiderar a vivencia que cada um já trás consigo, fazendo sempre um diagnóstico dos seus alunos.

Quando ela cita alguns livros e tipos de preconceitos que eles trazem pode se destacar também as pessoas magras, aquele tipo de conceito de felicidade, magra, olhos azuis e cabelos loiros.

“Trata-se também de um ‘racismo cordial’ na feliz expressão encontrada pela Folha de São Paulo, que, para fora, se mostra muito amável, mas na prática, reproduz hierarquias cristalizadas e intocadas”. (ibid. p. 156)

Penso que vivemos numa sociedade racista e temos consciência disso e não fizemos nada para modificar esta situação, estamos então na condição de racistas tanto quanto aquele que demonstra.
E o que posso destacar de mais importante no outro texto é que “Para abolir o” pintar as crianças de índio “e anunciar a existência de uma cultura indígena própria que luta por uma escola diferenciada, pela demarcação de suas áreas de terra ancestrais, pela sua sobrevivência”, não preciso dizer mais nada depois dessa frase, né!!!!

Por tanto pensar, trabalhar e agir sobre a discriminação racial e inclusão em minha sala de aula foi um trabalho riquíssimo que quero levar como lembrança dos momentos que passamos juntos. Pois deixei esta semana minha turma para seguir um novo caminho, não tive tempo de trabalhar tudo que planejava com eles, mas tenho a certeza que plantei uma sementinha de respeito ao próximo nos corações deles.

Falando em Inclusão

Segundo Vygotsky, as leis que regem o desenvolvimento da pessoa com eficiência mental são as mesmas que regem o desenvolvimento das demais pessoas. Aspecto este também presente nos processos educacionais (VYGOSTKY, 1997, 2003). Para ele, a criança cujo desenvolvimento foi comprometido por alguma deficiência, não é menos desenvolvida do que as crianças ‘normais’, porém é uma criança que se desenvolve de outra maneira. Isto é, o desenvolvimento, fruto da síntese entre os aspectos orgânicos, socioculturais e emocionais, manifesta-se de forma peculiar e diferenciada em sua organização sociopsicológica. Assim, não podemos avaliar suas ações e compará-las com as demais pessoas, pois cada pessoa se desenvolve de forma única e singular.

Vejo neste sentido que o primeiro passo para inserir estas crianças nas escolas regulares é ter a consciência de que elas são especiais, que existe uma deficiência sim, e que elas têm suas limitações como todas as outras crianças, pois cada uma tem a sua hora e seu momento de despertar, aprender é algo único, e como diz acima, singular.

Nessa forma entendo que a escola, e o papel do professor, são centrais para o desenvolvimento da criança, na medida em que pode proporcionar novas formas de construção do conhecimento.

O USO DA LITERATURA NA APRENDIZAGEM

Slide 12
nÉ dentro da literatura, no maravilhoso mundo do faz-de-conta que a criança faz a leitura do seu próprio meio, quando internaliza as ações dos personagens e as retrata na sua vida real, sendo a educação a promotora deste papel essencial a todos os seres humanos: poderem desenvolver a liberdade de pensamento e ação.
nA capacidade de imaginar ajuda a criança a responder as suas próprias perguntas e a encontrar respostas para as questões mais inusitadas. Auxilia, também, na formação de conceitos do que é certo e errado, bonito e feio, bom ou mau, pois devido a sua grande capacidade sensitiva, a criança consegue captar as emoções e sensações vividas por cada personagem relatado.
nBettelheim (1980) argumenta que a literatura infantil, para que se torne significativa para a criança, precisa ser estimulante.
nDeve estimular-lhe a imaginação: Ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções; estar harmonizada com suas ansiedades e aspirações; reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir situações para os problemas que as perturbam”. (p.13)
nDiversas formas de aprendizagem podem ser desenvolvidas principalmente através da literatura infantil;
nTorna a aprendizagem significativa, prazerosa e lúdica;
nProporciona o despertar dentro de si habilidades e competências;
nEstimula a criança para ser um hábil leitor;
nEsta pesquisa me proporcionou um retorno à sala de aula com um olhar mais investigativo, um olhar que difere daquele que tive em outras práticas pedagógicas, um olhar de pesquisadora que está em constante processo de aperfeiçoamento.
Slide 24

Minhas concepções sobre AVALIAÇÃO

Falar em avaliação em qualquer parte da educação é sempre um desafio para nós professores, pois como diz o texto, sempre que somos observadores colocamos o nosso ponto de vista diante o caso.

Então avaliar alunos em condições de desvantagens (ainda que temporária), é sempre mais delicado ainda, pois ainda estamos aprendendo a conviver com a diferença, e esta convivência significa contribuir para a formação da vida do sujeito e de nós mesmos.

Para haver a inclusão na escola, ela precisa estar bem clara do seu papel e suas funções diante do que se quer. Inserção dos alunos na escola requer o envolvimento da mesma. A escola que não se envolve que não tem seu papel bem claro, não está de fato incluindo. Ela precisa pautar ações que vai além da sua mera transmissão de conhecimentos.

Contradições do texto e a realidade vejo que são poucas, o texto trabalha bem na realidade e não numa utopia de Educação. Como falei, a escola precisa estar envolvida para haver inclusão, e isto exige um esforço e uma reflexão de todo o coletivo sobre os objetivos educacionais, os quais deverão envolver os alunos como um todo, não adianta um só querer, a escola é de todos e para todos.

Mas é claro que como diz o texto: Uma das primeiras angústias apontadas por eles é a respeito da falta de qualificação para tratar com este “tipo de aluno”. Além disto, apontam para a incapacidade da escola no atendimento destes alunos, no que se refere a recursos humanos e equipamentos. Relatam que se sentem atemorizados diante da possibilidade de receberem alunos com inúmeras dificuldades para a aprendizagem, em relação aos demais.

E eu colocaria que nós professores não nos sentimos aterrorizados diante estes aspetos, mas sim cansados, não choca mais a realidade, mas noto que estamos todos cansados, pois a caminhada muitas vezes é solitária e cansativa. E nós estamos fazendo o melhor para e pela inclusão.

Observar o aluno durante este tempo foi muito bom, porque não existe receita de diagnósticos, ou seja, um laudo que diga tudo sobre aquele tipo de problema é preciso olhar o desenvolvimento individual, só é possível perceber os outros pontos de vista ao entrar em contato com eles.

Este aluno que observei está no 2º ano (no ensino de 9 anos) e portanto sua avaliação é através de parecer descritivo. Mas todo o aluno em condição de desvantagens é feito as notas normais, mas também um parecer descritivo, junto com a coordenadora da sala de recursos multifuncionais, pois assim ele terá maiores conhecimentos de suas etapas, o que ajudará o professor e o aluno. De acordo com as necessidades dos alunos a avaliação pode ser feita oralmente.

O processo de avaliação envolve as habilidades intelectivas, as adaptativas, as afetivo-emocionais, físicas/de saúde e as condições ambientais, para determinar o nível e a intensidade dos apoios a que as pessoas fazem juz para prosseguirem, com sucesso, seu processo educativo, de desenvolvimento e de aprendizagem. Eu preciso dar suporte para o meu aluno poder progredir, a sua avaliação depende muito do apoio que ofereço ao aluno.

A escola precisa estar voltada para autonomia, de seus atos e suas oportunidades. A escola precisa tratar alunos especiais de forma diferente sim, pois uma pedagogia que trata todos iguais produz o fracasso. Ensinar para aprender é proporcionar ajuda adequada e no momento específico para facilitar que o estudante vá construindo seu próprio conhecimento.

DIVERSIDADES

Um texto que atribuiu muito para minha formação durante a fornada na UFRGS foi de título “Diversidade”, neste texto trabalhei abordagens do meu dia a dia e minha experiência como docente, pessoa e formação teórica.

Escrevi este texto primeiro pensando como professora e o quanto é difícil trabalhar com alunos de inclusão sem ter muitas vezes nenhum apoio, nem da parte da escola e pedagógico. Estes alunos muitos vezes são matriculados em nossas escolas para se valer a lei e acrescer números no senso escolar. Que na realidade há uma integração deles na escola e não de fato uma inclusão. Eu não vejo o trabalho diferenciado, a proposta de trabalho diferenciado e sim uma escola já disse Mecanicista e Conteudista, exemplo disso é que este aluno que não lê (mesmo que por uma deficiência mental) e frequentou o 2º ano do ensino de 9 anos, não passa, e entra como repetente nos registros da escola.

Penso que inclusão é agir além da sala de aula, da escola, é mudar a vida de pessoas que nunca pensaram em agir de uma forma igual às outras. Pessoas que nasceram diferentes e de uma forma ou outra se veem como pessoas diferentes e muitos aceitam esta realidade.
Estamos numa era nas escolas que incluir é bonito, dá status para a escola que trabalha na inclusão, todos querem trazer para si esses alunos, tiram fotos e espoem para todo o município que estamos trabalhando em prol da lei. Mas no dia-a-dia não é isto que se vê, a escola continua mecanicista, e cheia de paradigmas, digo isto, pois por que conheço o meio e vejo que para uma inclusão verdadeira é preciso muito mais do que matricular estes alunos.
As escolas não se preparam para a inclusão, seus currículos continuam os mesmos, ou seja, acabam reprovando dois ou três anos aquele aluno especial, a escola vem tentando mudar seus grupos sociais, mas sem reformulação de conceitos e de conhecimentos será impossível fazer de fato uma escola inclusiva, ou seja, uma escola para todos.
Vejo que quando a escola romper estes paradigmas, de um ensino massificado e sem troca de experiências, e se tornar para todos, sem qualquer preconceito cultural, social, étnico ou religioso, ela se tornará uma escola inclusiva ao natural, exercendo sua democracia.
Trabalhar as diferenças é algo que precisa vir para enriquecer as aulas, para que se fale em direitos e deveres, em cidadania e vida, e não para tratar pessoas com pena, para se mostrar superior ou por obrigação. Os alunos precisam aprender com o outro, valorizar o que cada um tem de importante, de diferente e descobrindo seus talentos.
Para mim a escola ideal é aquele que vê a inclusão como um novo desafio, que busca soluções para suas dificuldades e que trabalha com os desejos dos alunos, com afetividade, que valoriza o que o aluno aprendeu HOJE e o que pode levar para vida, respeitando sua história de vida.
Acho que a palavra que mais simboliza a inclusão nas escolas é “Diversidade”, trabalhar a diversidade é trabalhar a inclusão no seu sentido mais significativo. A escola precisa trabalhar esta diversidade como uma forma de enriquecer o seu trabalho.
Carvalho (2000) utiliza para descrever a educação inclusiva, a metáfora do caleidoscópio, demonstrando assim a riqueza que se pode conseguir com a inclusão na escola regular. “O caleidoscópio foi escolhido, porque nele todos os pedacinhos são importantes e significativos para a composição da imagem. Quanto maior a diversidade, mais complexa e mais rica se torna a figura formada pelo conjunto das partes que a compõem” (p. 112). Desta mesma forma, a diversidade dentro da sala de aula, possibilitará um conjunto muito mais rico e complexo, com contribuições diversas para a construção da aprendizagem do grupo.
Vejo que a escola que não trabalhar com esta diversidade, juntando os pedacinhos e dando significado para a aprendizagem, não está respeitando e nem pode ser considerada uma escola inclusiva e sim uma escola que só integra os alunos, que é o que mais acontece com a maioria das escolas nos dias de hoje, elas buscam trazer esses alunos especiais para junto, mas não tem uma base sólida para incluir e eles acabam se tornando somente mais um.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Nunca vou esquecer....

São as perguntas que movem o mundo...

O pensamento é como a águia que só alça vôo nos espaços vazios do desconhecido. Pensar é voar sobre o que não se sabe. Não existe nada mais fatal para o pensamento que o ensino das respostas certas. Para isso existem as escola: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre terra firme. Mas as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido”.

( ALVES, 83).

O Começo do Fim

Muitas vezes quando questionada pelas tutoras confesso que não tinha resposta para argumentar, mostrei evidências, com textos falando da realidade de diversos ângulos, mas, são questionamentos que faço todos os dias e não tenho respostas, qual o verdadeiro papel da escola, família, sociedade, onde estão os erros, qual o melhor caminho? Penso que não existe fórmula para isto, mas existem formas, e as escolas em geral, precisam se adequar a estas novas formas, deixar de ser fragmentada, desde sua estrutura até seu modo de pensar e planejar.

Esta nova escola precisa levar em consideração o ato de que o aluno é sujeito de sua aprendizagem, pois precisamos nos dar conta de que o processo natural de desenvolvimento do ser humano é “atropelado” pela escola e pelas equivocadas práticas de ensino. Buscar a informação em si, não basta. É apenas parte do processo para desenvolver um aspecto dos talentos necessários ao cidadão. Não importa a língua que a pessoa fale, à cor que tenha ou a idade, todos precisam, e têm direto, de estabelecer relações entre as informações e gerar o seu próprio conhecimento.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Final?????

Sou realmente suspeita para falar do meu blog, pois acredito muito no que escrevi ali, penso que são conceitos básicos, talvez não haja nenhuma novidade no que escrevi, mas têm sentimento, realidade e muito esforço para colocar em palavras uma vida dedicada para educação. Se para a maioria dos professores falta comprometimento quanto à educação, para mim não, pois gosto do que faço, tento melhorar cada vez mais e estou construindo uma carreira, que penso eu, é de muito sucesso.

No primeiro momento posso intitular o meu blog de “vivências”, pois achei esta palavra muito presente em todos os semestres, é a vivência como diz Comenio que é base da aprendizagem: A educação deveria começar pelos sentidos, pois as experiências sensoriais obtidas por meio dos objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. É o que chamamos de vivencia, e base hoje em nossas Escolas, pois queremos que nossos alunos experimentem, construam através de suas experiências novas aprendizagens, aprimorando o intelecto.

Falo das vivências adquiridas na escola, o quanto é importante à leitura do mundo, não apenas decodificar palavras, pois o ato de ler nem sempre é passível de objetivação. Ele também implica motivos, desejos, paixões, vontade, enfim um conjunto de fatores. As habilidades de ler e de escrever, por exemplo, são habilidades que, quando aprofundadas, implicam outras habilidades como as de observar, perceber, analisar, interpretar, transformar informações em conhecimento, etc. É por isso que Monteiro Lobato já dizia que “Um país se faz com homens e livros”. Ler enobrece, faz o sujeito sair de uma condição de vítima de uma sociedade excludente e passa a fazer parte de uma massa dominante.

O conhecimento liberta o ser humano, capacita, emancipa e o projeta para uma vida melhor, esta é a importância que devemos dar ao planejamento, levar em consideração esta realidade e tentar modificá-la. Digo planejamento porque é de extrema importância que o professor tenha consigo elementos bem claros de uma educação libertadora, pois ao contrario a educação será sem sentido para sua vida real.

É a partir da leitura que o aluno pode compreender e entender a realidade em que está inserido e chegar a importantes conclusões sobre o mundo em que vive e os aspectos que o compõem. A habilidade de leitura é essencial e dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento, essas habilidades ultrapassam a uma simples decodificação, na verdade, vão além da própria compreensão do que foi lido. E como transmitir todo este importante papel da sociedade para aquelas pessoas que não lêem, por que não tiveram a chance de aprender ou por que foram excluídos da sociedade? Não podemos esquecer que o problema não é somente pedagógico e sim social e político, basta olharmos quem são as pessoas sem escolaridade para ver o tipo de sociedade que excluiu estas pessoas. “Esquecemos que o analfabetismo é a expressão da pobreza, conseqüência inevitável de uma estrutura social injusta.” (GADOTTI, 1995, p.28). Que princípios queremos para nossa sociedade, libertador ou igualitária?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Aspectos culturais

Outro aspecto cultural da escola, muito discutido em meu blog, é o planejamento, pois não estamos longe de uma escola que planeja sem conhecer os alunos, a sua realidade, não tem fundamentos teóricos e muitos professores utilizam planejamentos de muitos anos. Para Rodrigues (2001) Era preciso trabalhar com referências e para tanto sugeria três questões básicas: o que queremos alcançar? A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir esta distância? Em outras palavras como coloca a autora planejamento é processo constante através do qual a preparação, a realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis. Esta é a escola que desejamos, pois vejo em minha realidade que muito já foi feito, mas ainda há muito a fazer, e indispensavelmente é preciso mexer nessas estruturas, a escola precisa se abrir e buscar mais clareza no seu planejamento, precisa buscar o “para quê” ao “como” através de critérios muito bem estabelecidos e que não fiquem somente no papel. E como conseguir isto? Com planejamento, sem ele não poderemos alcançar metas e buscar novos desafios. Isto vale para todas as idades, pois a escola é uma só, e precisa se adequar a todos, sem excluir ninguém.

Gostei muito de discutir o que é letramento e alfabetismo nos fóruns e textos lidos, e alguns pontos que posso destacar aqui em meu blog são: com tantas divulgações tanto impressa, digital e eletrônica, em filmes, propagandas, a linguagem volta a ser visual lembrando muito os livros didáticos. Segundo Trindade (2002) Cartilhas, métodos e processos de alfabetização fizeram e fazem parte de uma cadeia de produção cultural para escolarizar a alfabetização e a infância. Mas pouco adianta massacrarem as antigas cartilhas se o que circulam nas salas de aula através de textos que substituem exemplarmente essas obras didáticas e encantam crianças e professoras como, por exemplo, os da literatura infanto-juvenil, os quais têm seu uso cotidianamente “pedagogizado” (Trindade, 2002). Além dos livros de histórias, outros portadores de texto substituem as cartilhas, tendo em vista tornar as crianças letradas, como cartas, receitas, jornais, anúncios, etc.

Hoje usamos muitas vezes o mesmo método para ensinar, usando as figuras associadas com as palavras, vejo que é importante que busquemos estas figuras na realidade dos alunos para que as figuras assim como as palavras geradoras façam parte do seu mundo e sua realidade para que faça sentido para eles. E através das imagens como Comênio fez, nós podemos trazer a realidade social para a sala de aula, mostrando, elementos da realidade discutindo e modificando a mesma.

Eu particularmente trabalho muito a literatura infanto-juvenil nas minhas aulas, aliás, meu estágio e TCC são basicamente voltados para esta literatura, mas não há uso como um recurso qualquer, sem sentido, mas sim como um artefato cultural, que busca auxiliar na construção da aprendizagem, de uma forma mais lúdica e prazerosa. Assim como os livros didáticos, é preciso levar em conta a maneira que utilizamos os livros, pois é muito fácil de mocinho virar vilão, ou vice e versa.

Paulo Freire coloca: Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. A palavra não é privilegio de alguns homens, mas direito de todos os homens. O ato de falar, transmitir algo através do diálogo não pode ser algo sem sentido, pois este é um ato de refletir e agir, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias.

Com esta frase podemos pensar que palavra não precisa ser somente na voz, oral, mas no silêncio também, nas manifestações em outros sentidos, pois comunicação é um todo, é um direito de todos, a escola precisa se adequar aqueles jovens e adultos, se adequar a um planejamento mais real e concreto, precisa pensar nas novas tecnologias e seu uso quanto à alfabetização, alfabetismo e letramento, a escola também precisa se adequar a língua de libras.

Um dos passos é realmente aumentar o nível dos protestos a favor dos surdos, pois a mudança precisa ocorrer com um nível mais concreto e consistente com leis a favor da inclusão e discussão em redes de ensinos e em redes nacionais. Poucas são as campanhas em televisão, revistas, jornais a favor da inclusão de surdos, o mundo é para quem escuta, a escola é voltada para os ouvintes, são raras as mesmas que são preparadas para receber um aluno surdo, onde aconteça uma inclusão de verdade e não apenas o ingresso desse aluno na rede de ensino.

Discutir tais práticas exige discutir a escola como um todo, pensando na construção do seu currículo, nos conteúdos, no planejamento, a sua avaliação e principalmente na inclusão, mexendo nas bases e estabelecendo novos conceitos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

vamos lá...

....2009 foi o melhor ano para as aprendizagens na universidade para mim, gostei muito de todas as interdiciplinas e quando releio o meu blog penso que foi uma construção e tanto, pois me senti muito segura com esta bagagem teórica para mais tarde realizar meu estágio. Relendo os textos sobre Inclusão e sobre Questões Étnicas Raciais, penso que ainda as escolas não estão preparadas para receber os alunos especiais, desde os deficientes até a inclusão racial. Ainda excluímos aqueles que não “pertencem” ao grupo dos “normais”. Isto é a prova que a escola ainda não está preparada para receber nem os ditos “normais”.
Precisamos fazer da escola um local especial para pessoas especiais. Precisamos mostrar que diferente é o modo que agimos e pensamos e não como somos.
Hoje encontramos nas escolas muitos professores ditos neutros, aqueles que para não causar nenhum desentendimento na sala de aula, passa a ser neutro, não diz o que realmente pensa sobre inclusão racial e de pessoas com possibilidades diferentes. Muitas vezes ela se diz contra a discriminação do negro, mas é contra a cota social nas universidades, porque se sente prejudicada, porque estão tirando as vagas das pessoas brancas, estão dando chance para os menos privilegiados e ela se sente injustiçada dizendo que o problema não é dela.
Então o que cobrar dos nossos alunos? Diante de um pensamento assim?
Um aspecto cultural de nossa educação hoje, no aspecto de educação de jovens e adultos, é que a escola é voltada para o ambiente das crianças, se olharmos nossas escolas hoje elas são modelos estabelecidos para crianças freqüentarem na sua faixa etária “normal” e não aqueles que de alguma maneira precisam retomar algo que parou ou nem começou anos atrás. Para Martha Kohl “Um primeiro ponto a ser mencionado aqui é a adequação da escola para um grupo que não é o “alvo original” da instituição. Currículos, programas, métodos de ensino foram originalmente concebidos para crianças e adolescentes que percorreriam o caminho da escolaridade de forma regular”.
Este ponto é fundamental, pois além de todas as dificuldades que eles têm ao ingressarem na escola ainda precisam aprender a linguagem da mesma, que muitas vezes é um obstáculo maior em se adequá-la do que os próprios conteúdos a serem trabalhados, sendo que a escola também não é adaptada para alunos surdos que muitas vezes passam pelas mesmas dificuldades de um aluno de EJA, ou aquele aluno que vive num espaço não letrado, onde não há muitas informações e condições para ser um leitor, este também se sente excluído da escola. Aquela apresentação formal das tarefas escolares continuou sendo um obstáculo ao seu bom desempenho.
Não podemos trabalhar com estes jovens e adultos, estes alunos excluídos pela sociedade ou estes alunos surdos, sem primeiro conhecer a realidade a ser trabalhada, sua identidade, qual a linguagem que iremos utilizar e o pensamento sobre o que querem estes alunos. Entrar no espaço cultural deles é muito importante para o sucesso do trabalho, pois sabemos que para eles não é fácil retomar o que muitas vezes foi um fracasso, deixar de lado os afazeres, o cansaço do trabalho e entrar em uma escola que durante muito tempo não servia para eles.
Em meu blog escrevi muito sobre a alfabetização de adultos, pois penso que a educação como um todo emancipa as pessoas, trás autonomia, dignidade, a educação modifica nosso modo de pensar, nossa aprendizagem, nossa capacidade de aprender e mudamos nossa consciência sobre certo assunto, pensamentos estes que podemos levar para todos os alunos excluídos, para todos com dificuldades de se adaptar no ensino regular. A educação precisa ser libertadora porque ninguém escolhe ser analfabeto como uma condição de vida, mas sim eles mesmos são vítimas de uma sociedade totalmente excludente que não olha para os menos privilegiados, onde a cultura é paga e não é acessível a todos, um país que só se nota as pessoas quando fazem algo errado, quando são marginalizadas, antes disso são excluídos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Decisão

Vejo que a faculdade –UFRGS- sempre trabalhou, deste o início dos semestres, fazendo os alunos a questionar-se e refletir sobre algo a ser estudado, nunca ganhamos nada pronto, nenhuma opinião foi dada a nós como a única verdade, mas sim precisamos argumentar e mostrar evidências sobre nossos pensamentos. Pelo menos para mim foi assim. Comecei devagar, sem muita motivação de crescer tanto, mas aos poucos, ou você vai ou fica. E estes semestres -7,8 e 9- foram um divisor de águas, onde ninguém poderia ficar em cima do muro, precisamos mostrar nossas ideias e questionar o que estamos acostumados a aceitar. Precisamos lutar, nem que seja com palavras, por uma educação mais eficaz e para todos.

Pensamos como estes foram levantados em muitos momentos: Ou você é contra ou a favor da inclusão nas escolas? Qual método você utiliza em sala de aula? Como a aprendizagem ocorre? Como pensa um adulto? O que diz os textos de Maturana? Será que você concorda com o autor quando diz: "TODO FAZER É UM CONHECER E TODO CONHECER É UM FAZER"? E o que diz Kant? Nem todos somos feitos para refletir; e será preciso que haja sempre homens de sensibilidade e homens de ação. Inversamente, há necessidade de homens que tenham, como ideal de vida, o exercício e a cultura do pensamento”? Ou devemos olhar os textos de Piaget onde diz que todos têm capacidade de aprender, mas com possibilidades diferentes.

Diante que todos os textos, discussões em Fóruns, pesquisas e construções escritas, foi realmente, impossível ficar em cima do muro, precisamos seguir ideais, ter convicções de o que é educação, e como aprendemos, precisamos exercitar a fala de que educação é para todos, porque no papel é muito bonito, mas o que estamos fazendo para isto? O que mudou neste semestre? Sem sombra de duvidas foi o olhar e o fazer.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ser ou Estar

Outubro 8

Penso que uma boa interdisciplina é aquela que não responde nossas perguntas, mas que nos torna mais críticos, curiosos e capazes de querer saber cada vez mais. Ela coloca uma pulga atrás da orelha, literalmente falando, ela nos instiga e questiona e assim achamos cada vez mais perguntas em vez de uma resposta única.
Gestão foi assim, me questionou quanto ao Ser ou Estar diretor, pois estar diretor é a moda na gestão ultimamente em todas as escolas, todas as pessoas dizem: “não Sou diretora e sim professora, eu Estou diretora”, dando enfase ao fato de que na maioria (tirando onde já há eleições para diretor) o cargo ainda é de confiança do prefeito, ou uma função gratificada.
Mas aprendi que ser gestor é, entre tantas funções e características à ele atribuídas, permitir que as pessoas aprendam a lidar com as diferenças, aprender a conviver com aqueles que pensam e agem de modo diferentes, respeitar opiniões, saber lidar com tudo isso, com competência, paciência, comprometimento, com força, com trabalho coletivo, em um ambiente democrático, oferecendo subsídios teóricos, articulando, ouvindo, olhando, analisando e amando.
Um bom gestor sabe comentar e analisar experiências bem sucedidas, sabe definir propósitos, atribuindo responsabilidades e condições previamente estabelecidas, ele sabe aproveitar a diversidade e pluralidade do local onde está inserido e ressalva os resultados e as ações para todos.
Sei que é um trabalho difícil, tem muitos fatores que dificultam este processo, que são muitas as atribuições, mas é um trabalho coletivo, não estamos sozinhos, um fortalece o outro, um grupo tem sua força quando bem orientado.
Eu me sinto preparada para este cargo porque sou assim, tenho estas características, então não Estou diretora, Sou diretora, e mesmo que não esteja mais um dia, estas são minhas característica quanto pessoa assim posso me chamar não apenar de Educadora mas de diretor-educador.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Só quero colocar que meu blog esta com um problema de configuração..não consigo configurar ele, sempre que vou publicar o texto ele sai fora de foco...
Sei Lá!!!! Só sei que fica feio assim!!!

Outubro 7

Lendo minha postagem “Caminhos”, observei três atividades que gostaria de realizar na minha vida, no próximo ano ou no futuro, e hoje percebi que não realizei nenhuma delas ainda, mas que também quero deixá-las mais para o futuro e penso que agora tenho outros objetivos, tais como: começar uma aula de culinária, em breve, pelo simples prazer de comer, tem coisa melhor na vida? Então quero aprender a cozinhar para fazer pratos deliciosos e comer. Depois quero aprender a dançar, logo, porque quero fazer algo só eu meu noivo, e acho que dançar é fabuloso. E o terceiro passo será ir para Espanha, nas férias de inverno (detalhe sozinha). Mudar caminhos faz parte da vida também.

Outro texto intrigante é “Agosto...19 dias”, onde falo sobre a educação de nossos jovens nas escolas, onde não aprendem a fazer democracia, não aprendem o é políticas publicas e para quem são, não aprendem a refletir sobre nosso futuro questionando o passado. Não quero falar aqui sobre política, mas quero colocar somente duas questões que vêm de encontro, a eleição recente de Tiririca (sem comentários) e a distorção do passado de uma pessoa que lutou contra a ditadura e agora a chamam de ladra.

Penso que o papel da escola é além de tudo ensinar o que é circo e o que foi a ditadura. E colocar os seus personagens nos devidos lugares. Não podemos misturar palhaços e militantes.

Outubro 6

Hoje olhando meu blog, nas postagens antigas, notei o quanto esquecemos as coisas que não utilizamos todos os dias, e aquelas que não fizeram muito significado para nossas vidas. Para mim foi assim quando criei aquela linha do tempo, http://www.xtimeline.com/timeline/Linha-do-tempo-da-inform-225-tica-X-minha-vida, não gostei de fazer isto utilizando uma ferramenta da internet, acho que não precisaria ser assim, foi extremamente difícil para mim, e hoje olhando o link, não me lembro nem como entrar para olhar. Se fosse para fazer novamente, nova! Nunca daria certo. Depois de criarmos à linha do tempo utilizando esta ferramenta, fizemos uma mais simples, para outra disciplina, e foi melhor, tanto que utilizei o modelo para fazer com meus alunos novamente no estágio. Mas na internet... em rede então...em inglês...pra quê? Tudo bem que é necessário sabermos de tudo um pouco e que conhecimento não ocupa espaço, mas não acrescentou.

Penso que no início o curso de Pedagogia oferecido pela UFGRS foi muito mais desenvolvido em cima da internet, dessa ferramenta, e com o tempo, observando as realidades das escolas do interior do estado, o discurso foi mudando. Nem me cabe aqui discutir a falta de materiais nas escolas, todos já conhecem a nossa realidade, e ainda sonhamos com a escola do futuro.

Aproveitei esta visita às postagens antigas para reler o texto, "Os Domingos Precisam de Feriados", muito bom este texto e quero levá-lo para a próxima reunião pedagógica na escola, para lermos e discutirmos sobre o assunto... Muito importante!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Outubro 5

Talvez trabalhar o quarto semestre tenha sido o mais prático de todas as interdisciplinas. E para mim foi o semestre que eu estava mais ligada na sala de aula, de uma forma mais presente, pois tinha uma turma muito boa de trabalhar, que possibilitava o desenvolvimento dos conteúdos teóricos para que fossem colocados em prática.

Estes mesmos conteúdos de Ciências, Matemática e Estudos Sociais foram colocados novamente em prática durante o estágio supervisionado. Lembro que as primeiras aulas que foi planejar para o estágio senti um pouco de dificuldade para a elaboração dos conteúdos, depois que fui me dar conta que tinha todos os conteúdos que necessitava nas interdiciplinas já trabalhadas. Utilizei então as aulas e exercícios que havia planejado no quarto semestre, adaptando para a turma que tinha.

Foi realmente uma outra visão dada nestas interdiciplinas, trabalhar a iniciação científica, a matemática como algo concreto, e os índios e as diversas culturas como algo para se refletir, foi uma experiência única. Não que já não se trabalhava dessa forma, mas as portas se abriram para novos conhecimentos e formas de se pensar sobre o mesmo assunto. Depois de aulas como estas é impossível, por exemplo, dar uma figura de índio para um aluno pintar, aquele indiozinho feliz morando na sua toca. É impossível dar continhas de soma e subtração sem utilizar o concreto, sem ilustrar e questionar o aluno sobre as diversas representações que a matemática têm no nosso dia a dia.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O passado não se esquece, fica no inconsciente.

Outro ponto muito forte que quero destacar no meu processo de aprendizagem durante estes semestres na UFRGS, é a interdisciplina de Tecnologia, na qual meu desempenho foi de nota “C”, a única de toda a jornada, isto se deu por conta que não gosto muito desse tipo de tecnologia, de blog, PBWIKI, Software, sejo isto como uma ferramenta muito importante, mas não ainda presente na vida das escolas, alunos e professores.

Assim se torna muito difícil ensinar algo que nem nós mesmos conhecemos, analisar algo que dificilmente usaremos (devido a realidade das escolas), sejo a tecnologia como a escola ideal, a de nossos sonhos, trabalhar com Aprendizagem Colaborativa Assistida por Computador, é um sonho a ser trabalhado, mas ainda surreal, pois a realidade é bem diferente, e não preciso aqui enumera-la, pois todos sabemos da situação da educação.

Outra interdisciplina que valeu noites em claro foi Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia, nossa, muito difícil, penso que toda aprendizagem está ligada a nosso psicológico e ao nosso desenvolvimento cognitivo.

Relendo os textos trabalhados pensei nessa frase: O conhecimento, a cultura, portanto, do ponto de vista de Winnicott, podem ser algo de que a gente se apossa, ou algo que se apossa da gente. Achei bem interessante e concordo que depois de algum tempo convivendo em certas culturas, as pessoas começam a pensar parecido. É como uma contaminação, e assim fica difícil modificar a realidade existente. É o fato que devemos sempre refletir sobre a realidade, ver todos os lados e assumir uma postura profissional diante a mesma.

Não é só possível casar a psicanálise com a educação, mas como que algo essencial. Educar, hoje, não é mais transmitir conhecimentos acumulados pelas gerações e nem assumir uma atitude de maestria em sala de aula. Também não bastam as técnicas de construção do saber pautadas no imaginário ou no Simbólico. Educar é estabelecer novos laços com o real. Laços que vão além do sentido e da significação.

A psicanálise está presente em tudo, deste os mecanismos de devesa encontrados em sala de aula, na transferência de alunos com os professores, até mesmo nas fases de desenvolvimento das crianças, no brincar com um olhar pedagógico. Tudo está voltado para a psicanálise. E é essencial que nós professores temos está visão do que é, e como ela pode nos ajudar no nosso cotidiano.

Não podemos achar que psicanálise é algo somente para escolas com alunos com necessidades especiais, mesmo que, com a inclusão destes alunos em nossas escolas temos o grande desafio de mostrar que a escola é para todos, sem diferenças. A abertura para a psicanálise em escolas regular é um grande avanço para a aprendizagem. Assim posso citar um trecho do livro de Kupfer que mostra bem a realidade do porque precisamos trabalhar a psicanálise com a educação: "Se é possível pensar em uma educação especial psicanaliticamente orientada, pode-se imaginar que haverá também espaço para uma educação psicanaliticamente orientada". (2001, pg. 116).

Como me referi no início, estudar psicologia, exige muito mais que leitura e discussão, exige uma auto disciplina e um olhar sobre o outro. Não podemos julgar alunos e nem comportamentos, precisamos entender o Porque de tudo isto. Entender os conflitos e os mecanismos que estão presentes nos atos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Setembro 3

Continuando a visitação as “antigas” aprendizagens, lembrei da visita a Bienal e o quanto eu achei interessante este passeio, me senti como os alunos que saem nas aulas passeio, um entusiasmo enorme e aprendizagem ímpar. Comecei a descobrir um novo mundo mais aberto e sem preconceitos ao novo.
Gostaria de falar do texto "Porque houve tanta porcaria", na disciplina de Música na escola, adorei toda a disciplina, todos os textos foram bárbaros, fizemos reflexões, discutimos em fóruns, respeitamos as opiniões diversas, e chegamos a muitos conceitos e nenhuma verdade absoluta sobre gostos musicais. Gosto é gosto e não se discuti. Mas é importante saber da história, pois há música esta muito ligada a nossa construção de país democrático, e se no passado ela ajudou a construir essa história, hoje degrede nossa imagem de país cultural.
O texto choca um pouco, mas é preciso, o mundo está muito capitalista e tudo se refere ao dinheiro hoje em dia, e se estas músicas estão tocando por aí é porque tem quem escute e gaste dinheiro com isto, talvez por que são pobres de cultura e nunca ninguém fez o papel de professor em mostrar ou porque, gosto é gosto.
Estamos numa era do supérfluo, da quantidade e pouca qualidade, do ter e não ser, da conquista rápida, do estrelismo repentino, dos maiores sucessos dos últimos 5 minutos. O mundo se transforma em apenas segundos para alguns e o choque cultural é muito grande para estas pessoas. Resgatar o passado, histórias, contos, lembranças, imagens e exemplos, é uma bela forma de trabalhar a conscientização com os alunos. Este fato pesou muito no meu TCC, na escolha do tema, pois buscando histórias muitas vezes contadas de modo surreal para as crianças, podemos construir grandes aprendizagens, usando exemplos, fazendo-se refletir sobre assuntos cada vez mais atuais com os alunos. Muitas vezes olhando para o passado podemos construir o futuro, e de uma forma muito mais prazerosa e lúdica.
Trabalhei no ano de 2007 as questões sobre as “diferenças” com os contos de fadas, como por exemplo, “A chapeuzinho vermelho”, trabalhei com eles as diferenças, primeiro com o texto original e depois fazendo uma releitura da obra, os alunos pediram para a família contar esta história e desde quando eles aprenderam, fazendo uma pesquisa em casa sobre os contos de fadas que eles ouviram. Depois comecei com questões que eles puderam diferenciar os diversos “chapeuzinhos”, com redações e desenhos, eles desenharam a chapeuzinho de uma forma moderna, trazendo a sua imagem para os dias de hoje.
Trabalhamos depois o texto da “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque e “Chapeuzinho preto” de Lúcia Pimental Góes, que são outras versões do clássico. Sempre refletindo muito as questões das diferenças. Trabalhamos também o filme “Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho” e diversos textos com o mesmo tema e outras versões. Posso dizer, que no meu estágio e TCC não houve muita novidade sobre qual o tema que eu iria trabalhar, pois é uma característica muito forte nas minhas aulas o uso de histórias e contos infantis, há muito tempo trabalho dessa forma, introduzindo os contos nos temas a serem trabalhos, assim o TCC só veio a corroborar sobre o pressuposto que as histórias infantis são um artefato cultural que educam. E segundo Dória (2008, p.16-17), “O livro, como signo, nunca é um instrumento neutro no processo social, e torna-se particularmente relevante quando há uma discussão de valores em curso”. Portanto o livro nos dá uma oportunidade de viajar, aprender, discutir, inventar e inovar, diante de um mesmo fato.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Outro ponto positivo foi alguns trabalhos que revisitei, um exemplo é o trabalho sobre aprendizagens, que depois de olhar o filme Ms. Holland “Adorável Professor”, escrevi outro texto modificando meu pensar sobre o assunto ou corroborando sobre o mesmo.

Vejo que nesta época (2º semestre) minhas aprendizagens e postagens eram muito mais ligadas as aulas, aos alunos e aos conteúdos em si, hoje analisando minhas últimas postagens notei que escrevo e penso mais na escola como um todo, não somente na sala de aula. Minha fala e reflexões são num contexto geral da escola, e isto acho bom, pois o que sempre percebi nas aulas em geral, na UFGRS, é ter este olhar além dos muros da escola e ensinar além dos livros didáticos, informando e levando o aluno a refletir e a ter um pensamento libertador.

Como li no texto de Charlot (interdisciplina de ESCOLA, PROJETO PEDAGÓGICO E CURRÍCULO), aprender é apropriar-se do que foi aprendido, é tornar algo seu, é "interiorizá-lo". Contudo, aprender é também se apropriar de um saber, de uma prática, de uma forma de relação com os outros e consigo mesmo... que existe antes que eu a aprenda, exterior a mim. A problemática da relação com o saber recusa-se a definir a aprendizagem partindo apenas do movimento daquele que aprende ou das características daquilo que é aprendido. O que importa, como já se explicou, é a conexão entre o sujeito e o saber, entre o saber e o sujeito.

O que é aprendido só pode ser apropriado pelo sujeito se despertar nele certos ecos: se fizer sentido para ele. As relações com o mundo, com os outros e consigo que a apropriação de uma ou de outra forma do patrimônio pressupõe e desenvolve não são as mesmas; não é entrar na mesma figura do aprender, não é assumir a mesma postura.

Esta definição é exatamente o que aconteceu comigo no curso da UFGRS, assumi uma nova postura diante do mundo, as aprendizagens foram interiorizadas em mim, apropriei-me, porque representou um eco, me apaixonei, porque aprender é apaixonar-se, é preciso fazer com prazer, amor e sabor.

Exemplo do texto retirado do blog onde mostra uma reformulação das respostas diante as novas aprendizagens:

A aprendizagem ocorre apenas na escola?
Não. A aprendizagem não se detém nos limites da escola, sendo importante à interação com meio extra escolar, onde o educando possa socializar saberes.

Complemento da resposta anterior: De acordo com o filme Ms. Holland “Adorável Professor” pude ver de uma forma muito emocionante como a aprendizagem se deu, pois ele saiu dos limites da escola, fazendo com que suas aulas e ensinamentos fossem além desse ambiente e abrangesse a vida dos alunos, ensinando para a vida deles, para que utilizassem dessa aprendizagem nas suas vidas.
O que fez eu ver o quando o professor deve ser presente nas vidas dos alunos, pois ele pode modificar a vida deles.

2- Quando o professor "ensina", sempre ocorre aprendizagem?
A aprendizagem se dá quando o aluno interage com o professor em uma troca de saberes.
De acordo com o filme também pude ver que não, ele era um professor que sabia muito o conteúdo que iria ensinar, mas não tinha a didática para isto. Assim não ocorria a aprendizagem. Ele precisava interagir com seus alunos, ele ficava muito distante deles, não queria nem saber o nome dos alunos, nada de suas vidas e nem de suas aprendizagens anteriores.
Quando ele se deu por conta que assim ele não estava atingindo seus alunos, começou a perceber mais os mesmos, conhecendo-os, interagindo e assim modificando sua forma de dar aulas e até mesmo ultrapassando as barreiras de uma escola tradicional. Ele inovou, ousou e se apaixonou pela educação, o que fez uma grande diferença para ele e seus alunos.



Revisão do Curso 2010

Ao ler meu blog, primeiramente senti um certo desgosto pelos erros de português que são muitos. Não que agora eu esteja escrevendo perfeitamente, mas procurei melhorar ao longo do curso minha postura diante ao falar e escrever. Senti que merecia este amadurecimento por que minhas ideias são boas - modesta a parte – gosto dos textos que leio, ainda penso da mesma forma pra mais, porque quando entrei na UFRGS sabia o que queria da vida e apostei nisso, ou seja, no meu crescimento.

Algo que notei é que coloquei imagens, dos alunos, sem autorização para isto. Ao escrever os textos pensava que era para escrever algo sobre cada disciplina, sobre o conteúdo em si, e depois fui modificando meu pensar e vendo que poderia escrever coisas que pensava e acreditava sobre a educação em si, num contexto geral.

Depois ao ler as postagens de Artes Visuais, me deu saudades, da turma (alunos), da época e principalmente de trabalhar a disciplina que tanto gostei, um pouco da escolha do meu TCC se deu aos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas de Artes Visuais, Literatura Infantil e Ludicidade.

Gostei muito do filme (Ms. Holland – Adorável Professor) e o olhar que depositamos nele ao discutir o que é aprendizagem, algo bem presente no nosso dia a dia, e quando paramos para pensar “quando é que o aluno aprende?”. Como se faz uma aprendizagem significativa? Discussões que abriram uma nova linha de pensamento e um novo jeito de discutir, ou seja, uma ferramenta nova para mim até então, que é o fórum.

Estudar na UFGRS foi e ainda é, uma aprendizagem além da área da pedagogia, ela ultrapassou os muros da escola e hoje podemos dizer que modificou além, ela abriu oportunidades de colocação no mercado de trabalho, ela aumentou a auto estima, interferiu nas nossas casas, com nossas famílias ao tornarmos letradas da tecnologia, ela nos posicionou melhor diante ao modo de pensar e olhar o mundo, e ao modo de fazer educação.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Construção

Penso que tudo na vida é em forma de construção, com a forma de uma pirâmide, pois se não tivermos um bom alicerce, uma boa base, bem firme, consistente, não poderemos chegar até a ponta. Na educação a base, o alicerce é a formação teórica, é o pensar e o refletir sobre nossos objetivos. Foram 7 semestres de formação para agora realizar nosso verdadeiro dom de ensinar. E o que mais eu aprendi nisso tudo foi que a vida continua, que as crianças são a continuidade de nossas aprendizagens, é para elas que nos esforçamos tanto e vem delas a recompensa de nossos estudos e dedicação.
Refleti muito nesses dias e cada vez mais obteve a certeza de como diz Paulo Freire: “Educação é um ato de amor e coragem”, penso nessa frase em todos os sentidos na minha vida. Sei que foi muito difícil conciliar tudo, não sei de onde vem a força e a esperança, mas consegui e sei que o melhor para eles e para mim foi feito, pois a base era forte e assim pude subir ao topo com firmeza, amor e coragem.