segunda-feira, 15 de junho de 2009

Construtivismo

Tudo que vejo de bom no construtivismo principalmente é que o aluno participa ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
Noções como proporção, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem da própria interação da criança com o meio em que vive. Vão sendo formados esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais complexo do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai enriquecendo-se constantemente. Assim, constrói um mundo de objetos e de pessoas onde começa a ser capaz de fazer antecipações sobre o que irá acontecer.
O método enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um trampolim na rota da aprendizagem. A teoria condena a rigidez nos procedimentos de ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático demasiadamente estranho ao universo pessoal do aluno. As disciplinas estão voltadas para a reflexão e auto-avaliação, portanto a escola não é considerada rígida.

O construtivismo leva tempo, trás desafios para os alunos e professores, mexe com o todo, trás mudanças na classe e na escola. Encomoda ás vezes, pois é mais simples repassar o que está pronto do que criar, e recriar. Construtivismo é um diferencial nas escolas, e mais ainda aquela escola que mescla estes conceitos, que busca diferentes tipos de metodologia, sempre pensando que aprender é algo único, e as vezes precisamos muito mais de uma teoria para conseguir o sucesso.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

CONAE

Conae – Conferência Nacional de Educação

Gostaria de colocar nesta semana, como foi importante discutir entre professores, funcionários e pais, algumas metas para a educação. Penso que este é o começo de uma democracia, de uma educação igualitária, de boa qualidade e para todos.
Minha escola ficou para debater com o eixo VI – Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade, que veio de encontro com a proposta de trabalho da escola e com nossas interdisciplinas cursadas neste semestre.
Em certo momento até subestimei as pessoas que iriam participar do debate – pais – pois vejo que muitos não lutam por seus direitos e são acomodados quanto à políticas públicas. Mas me surpreendi, pois o que foi falado e levantado no debate, são fatos ocorridos em todos os lugares e que os pais sabem muito bem que precisam cobrar e melhorar.
Ficou excelente, falamos sobre igualdade entre raças, etnias, orientação sexual, pessoas com deficiência física, transtornos, usamos exemplos diretos na comunidade, exemplo de jornais, novelas, revistas, e debatemos como lidar com o preconceito, com a discriminação, superando as desigualdades sociais.
Os pais colocaram suas angústias, quanto a racismos de negros, pobreza, e falta de cultura em geral. Vários pais relataram suas experiências com várias situações, as professora também relataram as dificuldades em atender alunos especiais; falando de uma vez que a escola tinha um cadeirante e a escola não estava preparada, materialmente, para esta inclusão e precisou de adaptar com recursos próprios. E outro aluno com paralisia mental, que alguns pais tiveram resistência para aceitar este aluno. Mas relatamos como as crianças aprenderam para toda a vida a respeitar o outro e suas diferenças.
Buscamos o que é de direito de todos, valorizando o profissional, incluir é uma coisa, integrar é outra, o que está acontecendo em nossa sociedade é mais uma integração do que inclusão de verdade, pois falta o apoio de profissionais adequados para trabalhar, como psicopedagogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psiquiatras e outros profissionais. Os pais relatam a angústia que um pai passa quando precisa de uma ajuda desses profissionais no SUS. È um descaso com a parte mais pobre e humilde, pois não bastam leis e projetos, se de fato não temos o que é de direito básico, saúde e cidadania.
O que está previsto em lei no documento referencial é ótimo, discutimos e concordamos com todos os itens, mas será que isto sairá do papel? Esta foi nossa grande dúvida, pois temos certeza que a escola está aberta para esta transformação, e os pais também estão se adaptando com a realidade, mas o governo? O que podemos esperar de concreto?
O que sentimos é que nunca se falou tanto em Educação e seus parâmetros, mas falta mais a prática, a ação, precisamos melhorar, entre tantos setores, principalmente o setor de educação e saúde, pois assim estaremos garantindo um futuro melhor para todos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Destroços...

"Toda destruição conta uma história desde que saibamos ler os destroços".

Como é difícil falar em teorias sobre a agressividade, quando estamos vivendo numa era em que os colégios mais parecem um lugar de luta livre. Nós (educadores) já estamos até acostumados a tudo isto, mas se vêm uma pessoa qualquer na hora do recreio e se depara com aquelas crianças correndo iguais “loucas” e gritando, se apavora. E nós professores, muitas vezes parecemos mais bombeiros apagando o incêndio do que educadores. E não é por falta de tentativas de brincadeiras, projetos e organização, estas mesmas duram 5 minutos e depois já vira bagunça.
Lendo nesta semana o texto Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança? Jaqueline Picetti. Que fala sobre Piaget, pensei como ele pôde disser que a violência nas escolas, de crianças entre 7 a 10 anos, pode ser uma fase em que eles precisam aprender a se defender, quando eles não têm intenção de machucar, mas sim somente se defender.
É possível afirmar que as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental (7 – 10 anos) estão construindo as noções de justiça, solidariedade, intencionalidade e responsabilidade. Esse processo tem características peculiares que incidem no comportamento. Durante essa construção, é importante que o professor esteja atento aos acontecimentos, pois ele poderá auxiliar as crianças a refletirem sobre as diferentes situações vivenciadas na escola.
Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos, os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções.
Piaget (1994) também constatou, em seus estudos, que há dois tipos de reações em relação às sanções (punições): num primeiro momento do processo, a criança considera a sanção necessária e quanto mais severa ela for, mais justa o será; num segundo momento, as crianças consideram justas as sanções que exigem uma restituição. Acreditam que a sanção deve corresponder exatamente ao ato cometido, para que o culpado sofra as conseqüências de sua falta.
Penso que ele tem razão, mas não é só isto, a situação está mais agravante, em minha escola, por exemplo, existem crianças do Pré levando faca para a aula para ferir o amigo. Está teoria pode funcionar em crianças com uma estrutura familiar, onde ela seja corrigida, tenha bons exemplos e possa discernir o certo do errado. Como hoje a maioria das famílias não tem mais aquela base para a construção de valores, eles acabam aproveitando esta fase e se tornando crianças agressivas até as últimas conseqüências.
Coloquei esta frase no início falando justamente sobre o fato de existir esperança, as maiorias das escolas estão abertas para ajudar as famílias, muitas famílias estão desestruturadas, mas não é por que querem, mas muitas são vítimas da própria sociedade que exclui pessoas menos favorecidas.
Saber ler os destroços é um papel para toda sociedade, é um processo de inclusão, é um dever e um direito de todos.