quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ser ou Estar

Outubro 8

Penso que uma boa interdisciplina é aquela que não responde nossas perguntas, mas que nos torna mais críticos, curiosos e capazes de querer saber cada vez mais. Ela coloca uma pulga atrás da orelha, literalmente falando, ela nos instiga e questiona e assim achamos cada vez mais perguntas em vez de uma resposta única.
Gestão foi assim, me questionou quanto ao Ser ou Estar diretor, pois estar diretor é a moda na gestão ultimamente em todas as escolas, todas as pessoas dizem: “não Sou diretora e sim professora, eu Estou diretora”, dando enfase ao fato de que na maioria (tirando onde já há eleições para diretor) o cargo ainda é de confiança do prefeito, ou uma função gratificada.
Mas aprendi que ser gestor é, entre tantas funções e características à ele atribuídas, permitir que as pessoas aprendam a lidar com as diferenças, aprender a conviver com aqueles que pensam e agem de modo diferentes, respeitar opiniões, saber lidar com tudo isso, com competência, paciência, comprometimento, com força, com trabalho coletivo, em um ambiente democrático, oferecendo subsídios teóricos, articulando, ouvindo, olhando, analisando e amando.
Um bom gestor sabe comentar e analisar experiências bem sucedidas, sabe definir propósitos, atribuindo responsabilidades e condições previamente estabelecidas, ele sabe aproveitar a diversidade e pluralidade do local onde está inserido e ressalva os resultados e as ações para todos.
Sei que é um trabalho difícil, tem muitos fatores que dificultam este processo, que são muitas as atribuições, mas é um trabalho coletivo, não estamos sozinhos, um fortalece o outro, um grupo tem sua força quando bem orientado.
Eu me sinto preparada para este cargo porque sou assim, tenho estas características, então não Estou diretora, Sou diretora, e mesmo que não esteja mais um dia, estas são minhas característica quanto pessoa assim posso me chamar não apenar de Educadora mas de diretor-educador.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Só quero colocar que meu blog esta com um problema de configuração..não consigo configurar ele, sempre que vou publicar o texto ele sai fora de foco...
Sei Lá!!!! Só sei que fica feio assim!!!

Outubro 7

Lendo minha postagem “Caminhos”, observei três atividades que gostaria de realizar na minha vida, no próximo ano ou no futuro, e hoje percebi que não realizei nenhuma delas ainda, mas que também quero deixá-las mais para o futuro e penso que agora tenho outros objetivos, tais como: começar uma aula de culinária, em breve, pelo simples prazer de comer, tem coisa melhor na vida? Então quero aprender a cozinhar para fazer pratos deliciosos e comer. Depois quero aprender a dançar, logo, porque quero fazer algo só eu meu noivo, e acho que dançar é fabuloso. E o terceiro passo será ir para Espanha, nas férias de inverno (detalhe sozinha). Mudar caminhos faz parte da vida também.

Outro texto intrigante é “Agosto...19 dias”, onde falo sobre a educação de nossos jovens nas escolas, onde não aprendem a fazer democracia, não aprendem o é políticas publicas e para quem são, não aprendem a refletir sobre nosso futuro questionando o passado. Não quero falar aqui sobre política, mas quero colocar somente duas questões que vêm de encontro, a eleição recente de Tiririca (sem comentários) e a distorção do passado de uma pessoa que lutou contra a ditadura e agora a chamam de ladra.

Penso que o papel da escola é além de tudo ensinar o que é circo e o que foi a ditadura. E colocar os seus personagens nos devidos lugares. Não podemos misturar palhaços e militantes.

Outubro 6

Hoje olhando meu blog, nas postagens antigas, notei o quanto esquecemos as coisas que não utilizamos todos os dias, e aquelas que não fizeram muito significado para nossas vidas. Para mim foi assim quando criei aquela linha do tempo, http://www.xtimeline.com/timeline/Linha-do-tempo-da-inform-225-tica-X-minha-vida, não gostei de fazer isto utilizando uma ferramenta da internet, acho que não precisaria ser assim, foi extremamente difícil para mim, e hoje olhando o link, não me lembro nem como entrar para olhar. Se fosse para fazer novamente, nova! Nunca daria certo. Depois de criarmos à linha do tempo utilizando esta ferramenta, fizemos uma mais simples, para outra disciplina, e foi melhor, tanto que utilizei o modelo para fazer com meus alunos novamente no estágio. Mas na internet... em rede então...em inglês...pra quê? Tudo bem que é necessário sabermos de tudo um pouco e que conhecimento não ocupa espaço, mas não acrescentou.

Penso que no início o curso de Pedagogia oferecido pela UFGRS foi muito mais desenvolvido em cima da internet, dessa ferramenta, e com o tempo, observando as realidades das escolas do interior do estado, o discurso foi mudando. Nem me cabe aqui discutir a falta de materiais nas escolas, todos já conhecem a nossa realidade, e ainda sonhamos com a escola do futuro.

Aproveitei esta visita às postagens antigas para reler o texto, "Os Domingos Precisam de Feriados", muito bom este texto e quero levá-lo para a próxima reunião pedagógica na escola, para lermos e discutirmos sobre o assunto... Muito importante!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Outubro 5

Talvez trabalhar o quarto semestre tenha sido o mais prático de todas as interdisciplinas. E para mim foi o semestre que eu estava mais ligada na sala de aula, de uma forma mais presente, pois tinha uma turma muito boa de trabalhar, que possibilitava o desenvolvimento dos conteúdos teóricos para que fossem colocados em prática.

Estes mesmos conteúdos de Ciências, Matemática e Estudos Sociais foram colocados novamente em prática durante o estágio supervisionado. Lembro que as primeiras aulas que foi planejar para o estágio senti um pouco de dificuldade para a elaboração dos conteúdos, depois que fui me dar conta que tinha todos os conteúdos que necessitava nas interdiciplinas já trabalhadas. Utilizei então as aulas e exercícios que havia planejado no quarto semestre, adaptando para a turma que tinha.

Foi realmente uma outra visão dada nestas interdiciplinas, trabalhar a iniciação científica, a matemática como algo concreto, e os índios e as diversas culturas como algo para se refletir, foi uma experiência única. Não que já não se trabalhava dessa forma, mas as portas se abriram para novos conhecimentos e formas de se pensar sobre o mesmo assunto. Depois de aulas como estas é impossível, por exemplo, dar uma figura de índio para um aluno pintar, aquele indiozinho feliz morando na sua toca. É impossível dar continhas de soma e subtração sem utilizar o concreto, sem ilustrar e questionar o aluno sobre as diversas representações que a matemática têm no nosso dia a dia.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O passado não se esquece, fica no inconsciente.

Outro ponto muito forte que quero destacar no meu processo de aprendizagem durante estes semestres na UFRGS, é a interdisciplina de Tecnologia, na qual meu desempenho foi de nota “C”, a única de toda a jornada, isto se deu por conta que não gosto muito desse tipo de tecnologia, de blog, PBWIKI, Software, sejo isto como uma ferramenta muito importante, mas não ainda presente na vida das escolas, alunos e professores.

Assim se torna muito difícil ensinar algo que nem nós mesmos conhecemos, analisar algo que dificilmente usaremos (devido a realidade das escolas), sejo a tecnologia como a escola ideal, a de nossos sonhos, trabalhar com Aprendizagem Colaborativa Assistida por Computador, é um sonho a ser trabalhado, mas ainda surreal, pois a realidade é bem diferente, e não preciso aqui enumera-la, pois todos sabemos da situação da educação.

Outra interdisciplina que valeu noites em claro foi Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia, nossa, muito difícil, penso que toda aprendizagem está ligada a nosso psicológico e ao nosso desenvolvimento cognitivo.

Relendo os textos trabalhados pensei nessa frase: O conhecimento, a cultura, portanto, do ponto de vista de Winnicott, podem ser algo de que a gente se apossa, ou algo que se apossa da gente. Achei bem interessante e concordo que depois de algum tempo convivendo em certas culturas, as pessoas começam a pensar parecido. É como uma contaminação, e assim fica difícil modificar a realidade existente. É o fato que devemos sempre refletir sobre a realidade, ver todos os lados e assumir uma postura profissional diante a mesma.

Não é só possível casar a psicanálise com a educação, mas como que algo essencial. Educar, hoje, não é mais transmitir conhecimentos acumulados pelas gerações e nem assumir uma atitude de maestria em sala de aula. Também não bastam as técnicas de construção do saber pautadas no imaginário ou no Simbólico. Educar é estabelecer novos laços com o real. Laços que vão além do sentido e da significação.

A psicanálise está presente em tudo, deste os mecanismos de devesa encontrados em sala de aula, na transferência de alunos com os professores, até mesmo nas fases de desenvolvimento das crianças, no brincar com um olhar pedagógico. Tudo está voltado para a psicanálise. E é essencial que nós professores temos está visão do que é, e como ela pode nos ajudar no nosso cotidiano.

Não podemos achar que psicanálise é algo somente para escolas com alunos com necessidades especiais, mesmo que, com a inclusão destes alunos em nossas escolas temos o grande desafio de mostrar que a escola é para todos, sem diferenças. A abertura para a psicanálise em escolas regular é um grande avanço para a aprendizagem. Assim posso citar um trecho do livro de Kupfer que mostra bem a realidade do porque precisamos trabalhar a psicanálise com a educação: "Se é possível pensar em uma educação especial psicanaliticamente orientada, pode-se imaginar que haverá também espaço para uma educação psicanaliticamente orientada". (2001, pg. 116).

Como me referi no início, estudar psicologia, exige muito mais que leitura e discussão, exige uma auto disciplina e um olhar sobre o outro. Não podemos julgar alunos e nem comportamentos, precisamos entender o Porque de tudo isto. Entender os conflitos e os mecanismos que estão presentes nos atos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Setembro 3

Continuando a visitação as “antigas” aprendizagens, lembrei da visita a Bienal e o quanto eu achei interessante este passeio, me senti como os alunos que saem nas aulas passeio, um entusiasmo enorme e aprendizagem ímpar. Comecei a descobrir um novo mundo mais aberto e sem preconceitos ao novo.
Gostaria de falar do texto "Porque houve tanta porcaria", na disciplina de Música na escola, adorei toda a disciplina, todos os textos foram bárbaros, fizemos reflexões, discutimos em fóruns, respeitamos as opiniões diversas, e chegamos a muitos conceitos e nenhuma verdade absoluta sobre gostos musicais. Gosto é gosto e não se discuti. Mas é importante saber da história, pois há música esta muito ligada a nossa construção de país democrático, e se no passado ela ajudou a construir essa história, hoje degrede nossa imagem de país cultural.
O texto choca um pouco, mas é preciso, o mundo está muito capitalista e tudo se refere ao dinheiro hoje em dia, e se estas músicas estão tocando por aí é porque tem quem escute e gaste dinheiro com isto, talvez por que são pobres de cultura e nunca ninguém fez o papel de professor em mostrar ou porque, gosto é gosto.
Estamos numa era do supérfluo, da quantidade e pouca qualidade, do ter e não ser, da conquista rápida, do estrelismo repentino, dos maiores sucessos dos últimos 5 minutos. O mundo se transforma em apenas segundos para alguns e o choque cultural é muito grande para estas pessoas. Resgatar o passado, histórias, contos, lembranças, imagens e exemplos, é uma bela forma de trabalhar a conscientização com os alunos. Este fato pesou muito no meu TCC, na escolha do tema, pois buscando histórias muitas vezes contadas de modo surreal para as crianças, podemos construir grandes aprendizagens, usando exemplos, fazendo-se refletir sobre assuntos cada vez mais atuais com os alunos. Muitas vezes olhando para o passado podemos construir o futuro, e de uma forma muito mais prazerosa e lúdica.
Trabalhei no ano de 2007 as questões sobre as “diferenças” com os contos de fadas, como por exemplo, “A chapeuzinho vermelho”, trabalhei com eles as diferenças, primeiro com o texto original e depois fazendo uma releitura da obra, os alunos pediram para a família contar esta história e desde quando eles aprenderam, fazendo uma pesquisa em casa sobre os contos de fadas que eles ouviram. Depois comecei com questões que eles puderam diferenciar os diversos “chapeuzinhos”, com redações e desenhos, eles desenharam a chapeuzinho de uma forma moderna, trazendo a sua imagem para os dias de hoje.
Trabalhamos depois o texto da “Chapeuzinho Amarelo” de Chico Buarque e “Chapeuzinho preto” de Lúcia Pimental Góes, que são outras versões do clássico. Sempre refletindo muito as questões das diferenças. Trabalhamos também o filme “Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho” e diversos textos com o mesmo tema e outras versões. Posso dizer, que no meu estágio e TCC não houve muita novidade sobre qual o tema que eu iria trabalhar, pois é uma característica muito forte nas minhas aulas o uso de histórias e contos infantis, há muito tempo trabalho dessa forma, introduzindo os contos nos temas a serem trabalhos, assim o TCC só veio a corroborar sobre o pressuposto que as histórias infantis são um artefato cultural que educam. E segundo Dória (2008, p.16-17), “O livro, como signo, nunca é um instrumento neutro no processo social, e torna-se particularmente relevante quando há uma discussão de valores em curso”. Portanto o livro nos dá uma oportunidade de viajar, aprender, discutir, inventar e inovar, diante de um mesmo fato.