segunda-feira, 27 de abril de 2009

Aprendizagens

“A aprendizagem é a nossa vida, desde a juventude até a velhice, de fato quase até a morte; ninguém vive durante dez horas sem aprender”.Paracelso. É uma loucura nossa vida de estudantes, trabalhadores e muito mais. Às vezes parece que vamos enlouquecer mesmo, mas aí penso o que seria de nossas vidas sem esta aprendizagem, sem esta convivência com o saber, sem este amor por aquilo que víssemos durante anos de nossas vidas?
Falo este texto, pois estudando Piaget está semana me veio a duvida em qual das inteligências é a mais importante hoje em dia? Piaget coloca assim: Podemos definir que, segundo Piaget, o que mantém constante é a ordem dos estágios, mas a interação é única para cada individuo. E o que dirá se um sujeito se encontra em um ou outro período de desenvolvimento não será a sua idade, mas sua interação com o objeto do conhecimento, sua maneira de pensar, refletida no modo como lida com seus problemas da realidade. Os problemas com a realidade são os que mais me assuntam hoje em dia, pois cada vez mais nos deparamos com crianças sem nenhuma estrutura emocional para lidar com os conflitos do dia-a-dia, os quais são cada vez maiores também.
As crianças hoje estão tendo que levar uma vida de adulto, convivendo com dificuldades e questões sobre humanas. São crianças desnutridas, doentes, sem higiene nenhuma, sem carinho, apoio psicológico e totalmente menosprezada pela família.
E então eu pergunto como eles vão aprender algo? Eu costumo dizer que a escola e 4 contra 20. Pois são 4 horas na escola, onde ensinos, passamos valores e aprendizagens, contra 20 horas em casa, onde são desvalorizados, maltratados e esquecidos. Onde nossa sociedade vai parar assim?
Para (INHELDER, BOVET e SINCLAIR, 1977, p. 27). “A influência do meio social pode figurar como fator explicativo de certas aprendizagens ou se a influência do meio está, ela própria, subordinada aos mecanismos reguladores de equilibração”.
Coloco então que como o fator social pode figurar como fator explicativo em certas aprendizagens, ele também pode relacionado na dificuldade na aprendizagem.
Penso, contudo, que o que mais vale hoje em dia é a capacidade do equilíbrio emocional. É você conseguir lidar com seus problemas da realidade, é manter-se forte diante das frustrações e stress. Esta geração não sabe escutar, não sabe ouvir não, não suporta pressões, por que não tem uma base forte, familiar, concreta, onde podem se apoiar e crescer.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Novos conceitos/ velhos defeitos

É com o outro, pelo gestos, pelas palavras, pelos
toques e olhares que a criança construirá sua
identidade e será capaz de reapresentar o mundo
atribuindo significados a tudo que a cerca. Seus
conceitos e valores sobre a vida, óbelo, o bom, o
feio, entre outras coisas, começam a se constituir
nesse período.( SANTANA,2006.p.29)

Entendendo que silenciar-se diante do
problema não apaga magicamente as diferenças, e ao
contrário, permite que cada um construa, a seu modo, um
entendimento muitas vezes estereotipado do outro que
lhe é diferente. CAVALHEIRO, 2006.p21)

Na obra de Júlio Emílio Braz ,ele escreve :
O preconceito é mais velho do que a consciência e do que a inteligência. Invariavelmente nasce da ignorância , do medo e da incompreensão. O preconceito aparece na gente muito antes do que imaginamos e falo na gente com a maior sem-cerimônia do mundo, pois muitas vezes eu também me surpreendo responsável por algum tipo de preconceito. É quase inevitável.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Valores


Paradoxo do Nosso Tempo / George Carlin
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios.
Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.Limpamos o ar, mas poluímos a alma;
eliminamos o lixo , mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua familia, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama...
E, aquelas que estão ao seu lado, sempre..!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Vivências

“O Ministério da Educação implementa a política de inclusão educacional, fundamentada os princípios éticos do respeito aos direitos humanos, na proposta pedagógica que propõe ensinar a todos os alunos, valorizando as diferenças de cada um no processo educacional e na concepção política de construção de sistemas educacionais com escolas abertas para todos”.
“Nessa perspectiva, a educação especial envolve um amplo processo de mudanças para a implantação de sistemas educacionais inclusivos, revertendo as propostas convencionais de criar programas especiais para atender, de forma segregada, alunos com necessidades educacionais especiais e inserindo os gestores públicos e os profissionais da educação na elaboração de políticas para todos, que contemplem a diversidade humana”. (INCLUSÃO - Revista da Educação Especial - Dez/2006).
O que eu senti participando dos fóruns e lendo a respeito do assunto, da inclusão, em várias revistas, artigos e notas que saem na imprensa toda hora, é que precisamos ter calma mesmo. Senti que num contexto geral esta política educacional gera conflitos, provoca reflexão e polêmica. Pois trabalhamos, podemos ver aqui nos debates dos fóruns, as diversas idéias e caminhos que provocam a quebra de paradigmas educacionais. Estes mesmos envolvem, entre tantos outros aspectos, a redefinição e organização de uma nova forma de ensinar o pedagógico e o processo de aprendizagem e de ensino.
Nada melhor que a prática para aprendermos a trabalhar com o diferente, acho que incluir esses alunos especiais em sala de aula tem uma vantagem de aumentar o interesse da turma inteira em discutir o assunto, de inserir esses conteúdos diversificados que até tão pouco tempo ninguém falava. Esse assunto proporciona uma chance ímpar a todos para aprender atitudes de solidariedade e cooperação. Alem de aumentar nosso senso critico de olhar o mundo com um aspecto mais humano, respeitando e acabando com o preconceito. Ver o outro e se colocar no seu lugar nos faz pensar em nós e o quanto temos que aprender com as dificuldades e interferir na sociedade lutando por igualdade e oportunidade para todos.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Indíos, Negros, Brancos, Amarelos, Azuis, Cor de Rosa...

Lendo os textos de Questões Étnicos-Raciais, Era uma vez uma menina muito bonita.Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização. De Luciane Andréia Ribeiro Leite. E o texto SEMANA INDÍGENA: AÇÕES E EFLEXÕES INTERCULTURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Ana Maria Petersen, Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos. Quero destacar algumas observações que fiz destes textos.
“Trabalhar sobre a discriminação racial nas Séries Inicias é ao mesmo tempo um tema indispensável e complexo. Indispensável porque é neste momento que a criança está em formação física, cognitiva e moral, sendo assim, a intervenção pedagógica poderá contribuir para que ela venha conviver nesta sociedade, de múltiplas configurações étnicas, religiosas, culturais, compreendendo essas diferenças e como são produzidas na sociedade.
Complexo, pois envolve não somente os preconceitos dos alunos/as, mas também dos próprios professores.”Mas o que vejo nas escolas é justamente o contrario, pois na hora de dividir as turmas para os professores, nenhum quer pegar aquela turma com problemas sociais, raciais ou com alunos com necessidades especiais, física ou mental. Todo professor quer aquele sonho de sala de aula, onde todos os alunos são felizes e iguais”. No caso do negro e a questão racial, vejo que é muito difícil para nós professores tomarmos uma posição adequada, pois somos formadores de opiniões e muitas vezes somos mal entendidos diante a uma situação. Os próprios alunos têm preconceitos, os negros se excluem e tem preconceitos com eles mesmos, ou muitas vezes querem se valer de sua condição racial para obter conquistas (caso das cotas). Incluir os negros numa sociedade com oportunidades iguais não é sentir pena deles e achar que eles são menos capazes que os brancos. Mesmo que a situação no Brasil de discriminação é mais social do que racial. Eu vejo que um negro rico no Brasil é respeitado, mas o pobre, negro e favelado é discriminado e marginalizado mesmo antes de ser adulto.
No caso do texto da professora Luciane, ela achava que as crianças não tinham preconceitos? Vivendo no século XXI? Falta orientação para ela. A turma dela era tão preconceituosa que no primeiro dia de aula já íamos notar a depreciação ao negro. E vejo também que ela tinha medo de posicionar diante aos alunos. O professor não teve ter medo de posicionar diante suas convicções. O professor também não pode desconsiderar a vivencia que cada um já trás consigo, fazendo sempre um diagnóstico dos seus alunos.
Quando ela cita alguns livros e tipos de preconceitos que eles trazem pode se destacar também as pessoas magras, aquele tipo de conceito de felicidade, magra, olhos azuis e cabelos loiros.
“Trata-se também de um ‘racismo cordial’ na feliz expressão encontrada pela Folha de São Paulo, que, para fora, se mostra muito amável, mas na prática, reproduz hierarquias cristalizadas e intocadas”. (ibid. p. 156)
Penso que vivemos numa sociedade racista e temos consciência disso e não fizemos nada para modificar esta situação, estamos então na condição de racistas tanto quanto aquele que demonstra.
E o que posso destacar de mais importante no outro texto é que “Para abolir o” pintar as crianças de índio “e anunciar a existência de uma cultura indígena própria que luta por uma escola diferenciada, pela demarcação de suas áreas de terra ancestrais, pela sua sobrevivência”, não preciso dizer mais nada depois dessa frase, né!!!!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Respeito

Fazendo um elo nas interdisciplinas de Questões Etnicas-Raciais, onde estamos discutindo os verdadeiros valores a serem trabalhados sobre as etnias dos Negros e Índios, e Necessidades Educacionais Especiais que fala sobre a inclusão, vejo nas duas interdisciplinas um processo de respeitar o diferente modificando nosso modo de ver e agir diante as reformas que estamos vivendo nesta década da educação. Como diz o texto de Ana Maria Petersen, precisamos respeitar de uma forma específica, os povos indígenas, em sua cosmologia, não apenas no seu dia especial, mas sendo todo dia de índio. Precisamos abolir o “pintar as crianças de índio” e anunciar a existência de uma cultura indígena própria que luta por uma escola diferenciada, pela demarcação de suas áreas de terra ancestrais, pela sua sobrevivência.
“Todo dia é dia de índio”.
Podemos falar também no respeito ao “aluno especial”, na sua trajetória histórica marcada pela negligencia e omissão, onde incluir requer transformações que não ocorrem, a escola já é em espaço que por si própria não consegue lidar com seus alunos ditos “normais”, imagina os “especiais”. Como sita o texto de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda “porque muito pouco de especial é a realizado em relação às características de sua diferença”.
Se tratando a todos estes casos especiais, índios, portadores de necessidades especiais, negros, o primeiro passo para a escola e a diferenciação curricular, é adequar a estrutura escolar para esses alunos e isto não se refere apenas ao espaço físico, mas sobre tudo, nos conteúdos, nas avaliações e na prática em sala de aula.
Sem contar com o dilema do Antropólogo Francês, em Filosofia, que respeita toda a forma de cultura dos povos como sendo uma questão de ética dele, mas se esquece que precisamos olhar o passado pensando no futuro e vivendo o presente. Respeitar não significa aceitar tudo como é sem questionar e intervir para novas possibilidades, como na história da inclusão, precisamos mudar o que muitos e muitos anos foi uma questão de cultura.