Lendo os textos de Questões Étnicos-Raciais, “Era uma vez uma menina muito bonita. Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização”. De Luciane Andréia Ribeiro Leite. E o texto SEMANA INDÍGENA: AÇÕES E EFLEXÕES INTERCULTURAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES Ana Maria Petersen, Maria Aparecida Bergamaschi e Simone Valdete dos Santos. Quero destacar algumas observações que fiz destes textos.
“Trabalhar sobre a discriminação racial nas Séries Inicias é ao mesmo tempo um tema indispensável e complexo. Indispensável porque é neste momento que a criança está em formação física, cognitiva e moral, sendo assim, a intervenção pedagógica poderá contribuir para que ela venha conviver nesta sociedade, de múltiplas configurações étnicas, religiosas, culturais, compreendendo essas diferenças e como são produzidas na sociedade.
Complexo, pois envolve não somente os preconceitos dos alunos/as, mas também dos próprios professores”. Mas o que vejo nas escolas é justamente o contrario, pois na hora de dividir as turmas para os professores, nenhum quer pegar aquela turma com problemas sociais, raciais ou com alunos com necessidades especiais, física ou mental. Todo professor quer aquele sonho de sala de aula, onde todos os alunos são felizes e iguais “. No caso do negro e a questão racial, vejo que é muito difícil para nós professores tomarmos uma posição adequada, pois somos formadores de opiniões e muitas vezes somos mal entendidos diante a uma situação. Os próprios alunos têm preconceitos, os negros se excluem e tem preconceitos com eles mesmos, ou muitas vezes querem se valer de sua condição racial para obter conquistas. Incluir os negros numa sociedade com oportunidades iguais não é sentir pena deles e achar que eles são menos capazes que os brancos. Mesmo que a situação no Brasil de discriminação é mais social do que racial. Eu vejo que um negro rico no Brasil é respeitado, mas o pobre, negro e favelado é discriminado e marginalizado mesmo antes de ser adulto.
No caso do texto da professora Luciane, ela achava que as crianças não tinham preconceitos? Vivendo no século XXI? Falta orientação para ela. A turma dela era tão preconceituosa que no primeiro dia de aula já íamos notar a depreciação ao negro. E vejo também que ela tinha medo de posicionar diante aos alunos. O professor não teve ter medo de posicionar diante suas convicções. O professor também não pode desconsiderar a vivencia que cada um já trás consigo, fazendo sempre um diagnóstico dos seus alunos.
Quando ela cita alguns livros e tipos de preconceitos que eles trazem pode se destacar também as pessoas magras, aquele tipo de conceito de felicidade, magra, olhos azuis e cabelos loiros.
“Trata-se também de um ‘racismo cordial’ na feliz expressão encontrada pela Folha de São Paulo, que, para fora, se mostra muito amável, mas na prática, reproduz hierarquias cristalizadas e intocadas”. (ibid. p. 156)
Penso que vivemos numa sociedade racista e temos consciência disso e não fizemos nada para modificar esta situação, estamos então na condição de racistas tanto quanto aquele que demonstra.
E o que posso destacar de mais importante no outro texto é que “Para abolir o” pintar as crianças de índio “e anunciar a existência de uma cultura indígena própria que luta por uma escola diferenciada, pela demarcação de suas áreas de terra ancestrais, pela sua sobrevivência”, não preciso dizer mais nada depois dessa frase, né!!!!
Por tanto pensar, trabalhar e agir sobre a discriminação racial e inclusão em minha sala de aula foi um trabalho riquíssimo que quero levar como lembrança dos momentos que passamos juntos. Pois deixei esta semana minha turma para seguir um novo caminho, não tive tempo de trabalhar tudo que planejava com eles, mas tenho a certeza que plantei uma sementinha de respeito ao próximo nos corações deles.